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Câmara do Porto anuncia medidas complementares para poupar água

A Câmara do Porto anunciou esta quarta-feira a implementação de "medidas complementares" para poupar água devido à seca no país, indicando a diminuição da frequência de regas e a cobertura de canteiros para manter a humidade no solo.

SIC/Arquivo
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No seu portal de notícias, a autarquia destaca que estas iniciativas, "com efeito imediato", juntam-se à "política continuada" de poupança de água e à "estratégia de otimização dos recursos hídricos".

A Câmara descreve que, "devido à situação de seca por que passa o país", vai diminuir a "frequência de regas dos sistemas de rega automáticos, autónomos e centralizados", passando de diária a duas vezes por semana, exceto nos "jardins emblemáticos".

De acordo com o portal, a autarquia vai ainda utilizar "mais áreas com mulching e telas anti-ervas (casca de pinheiro ou gravilhas)" para cobrir os canteiros, "de forma a não ocorrerem tantas perdas de humidade no solo e aumento da temperatura do mesmo".

A Câmara destaca que "a preocupação pela utilização dos recursos hídricos, cada vez mais escassos, potenciou a implementação de soluções simples, mas cujo efeito se refletiu de imediato", apontando como exemplo a "impermeabilização do espelho de água da Avenida dos Aliados.

No Parque da Cidade, foram reparadas "fugas no sistema de distribuição" e implementado um sistema de rega inteligente que permite "gerir as necessidades em função das condições climatéricas".

O mesmo sistema existe no Parque das Virtudes, Parque da Pasteleira, avenida Montevideu, jardins do Marquês e de S. Lázaro e Palácio de Cristal.

Na lista das "medidas relevantes já efetivadas ou em curso", a autarquia coloca ainda o "desenvolvimento de projetos de captação de água com recurso a furos e poços, nomeadamente nas avenidas dos Combatentes, Marechal Gomes da Costa e Viveiro Municipal, entre outros".

A Câmara enumera também a "desativação parcial da alimentação de água de fontes, lagos e chafarizes ornamentais que não possuam sistemas de recirculação ou controlo de perdas".

Na Fonte da Batalha (Praça da Batalha) e no Monumento ao Empresário (Avenida da Boavista) existe "sistema de recirculação", no qual "apenas é reposta a água que se evapora, que pontualmente transborda ou que, por ação do vento, é projetada para fora do circuito hidráulico".

A autarquia está também a substituir e colocar "contadores com telemetria nos locais destinados a rega de jardins e espaços públicos", para "intervir rapidamente em caso de consumo anómalo".

De acordo com o portal de notícias, está a iniciar-se a aplicação de "um novo conjunto de medidas estruturantes" que respondem à necessidade de ter uma cidade "cada vez mais resiliente às mudanças de clima".

Em causa está a "redução gradual da frequência de limpeza de lagos, em consonância com os ciclos biológicos de reprodução de organismos aquáticos" ou a "generalização de temporizadores nos sistemas de torneiras e chuveiros de edifícios sob gestão municipal", como "balneários ou instalações sanitárias públicas".

A Câmara acrescenta planear o "redesenho das áreas verdes, agrupando as espécies segundo as suas necessidades hídricas (por exemplo utilizar as espécies mais exigentes em água junto aos relvados) e, sempre que possível, optar por plantas menos exigentes em necessidades hídricas".

A autarquia cita, também, um "estudo de viabilidade económica de introdução de hidrorretentores, cuja função é reter a água da chuva ou irrigação e libertá-la aos poucos, garantindo a humidade do solo", para eventual aplicação em espaços verdes públicos.

Lusa