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Marcelo exige transparência e demarca-se de alterações à lei de financiamento dos partidos

Marcelo Rebelo de Sousa considera que o Presidente da República não pode promulgar uma lei sem ter conhecimento da fundamentação. Numa carta enviado ao Parlamento, exige que a legislação sobre financiamento dos partidos seja feita com transparência.

Marcelo exige transparência e demarca-se de alterações à lei de financiamento dos partidos
RUI OCHOA

Na mensagem enviada à Assembleia da República, que acompanha o seu veto, Marcelo Rebelo de Sousa refere que "o fim de qualquer limite global ao financiamento privado e, em simultâneo, a não redução do financiamento público, traduzida no regime de isenção do IVA" foram normas incluídas no diploma sem fundamentação e constituem "uma mudança significativa" no regime em vigor, "tudo numa linha de abertura a subida das receitas, e, portanto, das despesas dos partidos".

"Independentemente da minha posição pessoal, diversa da consagrada, como Presidente da República não posso promulgar soluções legislativas, consabidamente essenciais, sem mínimo conhecimento da respetiva fundamentação", lê-se no documento.

O chefe de Estado devolve ao parlamento o diploma aprovado por PSD, PS, BE, PCP e PEV "em homenagem ao papel constitucional dos partidos políticos, exigindo-se neste domínio particular publicidade e transparência, que obste a juízos negativos para a credibilidade de tão relevantes instituições democráticas, juízos esses que alimentem populismos indesejáveis".

"A democracia também é feita da adoção de processos decisórios suscetíveis de serem controlados pelos cidadãos. A isso se chama publicidade e transparência", afirma.

A carta, de quatro páginas, deu entrada na Assembleia da República esta manhã, já que ontem, dia 2, os funcionários tiveram dispensa e o Parlamento esteve fechado.

Com Lusa