"Vou votar Pedro Santana Lopes. Trabalhei de muito perto com ele em 2007 e 2008, sei do seu conhecimento dos desafios do país, da sua sensibilidade política e social. Mostrou nesta campanha que tem capacidade de ouvir e de construir uma alternativa governativa mobilizadora na ambição e rica no programa político", afirmou Montenegro, numa declaração à Lusa, antes de participar numa acção de campanha do antigo primeiro-ministro com militantes em Aveiro.
Como primeiro argumento para justificar o seu voto, Luís Montenegro defendeu que "o país precisa de um PSD forte, com vontade de liderar o Governo" e de vencer as legislativas de 2019 e considerou que "admitir que o PSD pode ser a muleta deste PS é politicamente suicidário", argumento que tem sido apontado a Rui Rio, o outro candidato à liderança dos sociais-democratas.
"O PSD já sabe que o PS de António Costa, Ferro Rodrigues, Carlos César, Pedro Nuno Santos, Pedro Delgado Alves ou João Galamba não viabiliza governos do PSD, mesmo quando ganhamos as eleições. Eles preferem o PCP e o BE", alertou.
Luís Montenegro recordou que, quando anunciou que não seria candidato à liderança do PSD nestas diretas, prometeu equidistância das candidaturas que surgissem, o que considera ter cumprido.
"Prometi ser equidistante das candidaturas e fui. Prometi contribuir com algumas ideias e contribuí. Mas sempre disse que como militante de base não me ia abster", afirmou, justificando esta declaração de voto a dois dias das eleições diretas que oporão Santana Lopes a Rui Rio.
"O meu voto é um voto positivo. Voto em Santana Lopes, não voto contra ninguém!", acrescenta o ex-líder parlamentar.
Luís Montenegro deixou em junho do ano passado a liderança da bancada do PSD, depois de atingir o limite de três mandatos sucessivos, num total de seis anos à frente do grupo parlamentar social-democrata.
Em 05 de outubro, e depois de uma "reflexão profunda" na sequência do anúncio de Passos Coelho de que não se recandidataria à liderança do PSD, Luís Montenegro afastou uma candidatura sua por considerar que, neste momento, não estavam reunidas as condições para o fazer.
"A apresentação de uma candidatura à liderança do Partido Social Democrata é uma prerrogativa que assiste a qualquer militante no pleno exercício dos seus direitos estatutários. Após a reflexão que fiz, entendo que, por razões pessoais e políticas, não estão reunidas as condições para, neste momento, exercer esse direito", justificou então o deputado, que é apontado como um dos nomes mais fortes para disputar a presidência do PSD em futuras eleições diretas.
Lusa