Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) lembrou que cerca de 200 recém-especialistas que terminaram o internato no ano passado acabaram por abandonar o sistema devido aos "atrasos na abertura de concurso, motivados pela incompetência do Governo".
Cerca de 700 médicos da área hospitalar aguardaram dez meses pela abertura de um concurso para serem colocados no Serviço Nacional de Saúde, tendo a autorização do concurso sido aberta na semana passada.
Atrasado esteve também o concurso dos médicos de medicina geral e familiar.
"Apelamos veementemente para que o Ministério da Saúde tenha prontos os concursos para os cerca de 500 médicos hospitalares e 400 de medicina geral e familiar que terminam em abril deste ano a especialidade", afirmou o secretário-geral do SIM.
Roque da Cunha diz que, "tendo em conta a grande instabilidade" verificada com os concursos dos profissionais que concluíram a especialidade no ano passado, "seria prudente" que o concurso deste ano já estivesse pronto, para ser lançado em maio e ter os profissionais colocados e a trabalhar em junho.
Os médicos especialistas em medicina geral e familiar queixaram-se hoje novamente de estar há demasiado tempo à espera da abertura do concurso, uma vez que o despacho que permite a abertura para a entrada de 110 profissionais que concluíram o internato em finais do ano passado foi publicado a 21 de fevereiro.
Os médicos recém-especialistas em medicina geral e familiar e da área hospitalar devem estar colocados dentro de três semanas nas instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a exercer a especialidade, segundo fonte oficial.
De acordo com fonte oficial da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), o aviso que formaliza a abertura dos dois concursos dos profissionais que concluíram o internato no ano passado será publicado ainda hoje em Diário da República.
Esta informação foi também avançada hoje pelo ministro da Saúde, em declarações aos jornalistas à margem de uma cerimónia em Lisboa.
Os concursos para os internos que terminaram a especialidade no ano passado têm sido alvo de ampla contestação, por parte dos profissionais, dos sindicatos médicos e da Ordem dos Médicos.
No caso dos recém-especialistas hospitalares, mais de 700 profissionais aguardaram cerca de dez meses pela abertura do concurso.
Com Lusa