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Oleiros lamenta falta de respostas sobre trabalhador morto a combater o fogo

O presidente da Câmara de Oleiros lamentou hoje ainda não ter uma resposta sobre o pedido para que a família do trabalhador que morreu no combate ao incêndio de outubro de 2017 seja indemnizada como as restantes vítimas.

Oleiros lamenta falta de respostas sobre trabalhador morto a combater o fogo
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"Ainda não tenho qualquer tipo de resposta relativamente à exposição que fiz, quer para o Presidente da República, quer para o primeiro-ministro, quer para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Apenas o Presidente da República respondeu, dizendo que tinha enviado a carta para o primeiro-ministro. Foi a única resposta que até agora recebemos", afirmou o presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Marques Jorge.

O trabalhador deste município do distrito de Castelo Branco, com 50 anos, morreu debaixo de uma máquina quando combatia um incêndio que deflagrou naquele concelho, a 7 de outubro de 2017.

O autarca fez uma exposição ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e à PGR, a pedir que a família do trabalhador fosse ressarcida com os mesmos apoios das restantes vítimas dos incêndios.

"Aguardamos que tenha um tratamento igual aos outros. Lamenta-se que até agora ainda não tenham dado sinal sequer da receção da carta", afirma.

Em relação à recuperação das habitações de primeira habitação que arderam nos incêndios de há seis meses, o autarca sublinha que as cinco que foram assumidas pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Cáritas, Banco Alimentar e empresas privadas, estão recuperadas ou praticamente concluídas.

Já sobre as restantes 15 habitações de primeira habitação cuja reabilitação foi assumida pelo Governo, disse que ainda nem sequer os projetos estão feitos, sendo que, no sábado, chegaram a Oleiros arquitetos contratualizados pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) para começarem a fazer o levantamento dos projetos de arquitetura.

"Ainda não se fez nada, exceto o levantamento. Da parte do Estado, nada. Zero vezes zero. Da parte do Estado, muita conversa, mas efetivamente nada", sustentou.

Quanto ao relatório da comissão técnica independente, o autarca considera que veio tornar público aquilo que a maioria das pessoas pensava ou tinha em mente.

"É muito difícil, apesar de todas as pressões que tem havido é muito difícil levar a um cumprimento da lei, porque continuamos a ter dificuldades pela extensão, pelo número de anos em que não houve qualquer tipo de limpeza em volta das aldeias ou em volta das estradas. Não é fácil", concluiu.

Lusa