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Greve de enfermeiros deixa hospitais do Alentejo com serviços mínimos e cirurgias adiadas

Valências com serviços mínimos de enfermagem e cirurgias adiadas são os principais efeitos nos hospitais públicos do Alentejo da greve de hoje dos enfermeiros, disseram à agência Lusa fontes sindicais.

No Alentejo, a maior adesão à greve é de 85% no hospital de Évora e a menor é de 35% no hospital de Beja, disse o coordenador da Direção Regional do Alentejo e dirigente nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Edgar Santos.

No hospital de Évora, várias valências estão a funcionar com serviços mínimos de enfermagem, como as urgências, as consultas externas, o internamento e o bloco operatório, onde "cirurgias programadas foram adiadas e só se realizam as de urgência", indicou.

No hospital de Beja, disse, "como houve pouca adesão à greve", as várias valências do hospital estão "a funcionar quase sem problemas" e com mais do que serviços mínimos de enfermagem.

No norte alentejano, a adesão à greve no hospital de Portalegre é de "65%" e no de Elvas é de "50%", indicou o sindicalista.

No hospital de Portalegre, disse, também há várias valências a funcionar com serviços mínimos de enfermagem, como as urgências, as consultas externas, o internamento e o bloco operatório, onde "só estão a ser realizadas cirurgias de urgência".

No entanto, em declarações à Lusa, o porta-voz da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), Ilídio Pinto Cardoso, disse que a greve dos enfermeiros está "a afetar" os serviços de consultas externas do hospital de Portalegre, estando as restantes valências a funcionar com normalidade.

"O bloco operatório está a funcionar, a adesão à greve não está a afetar muito os serviços", afirmou Ilídio Pinto Cardoso.

No Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, a adesão à greve é de "87%", disse à Lusa o coordenador da Direção Regional de Setúbal do SEP, Zoraima Cruz.

Por isso, várias valências do Hospital do Litoral Alentejano estão a funcionar com serviços mínimos de enfermagem, como as urgências, o internamento e o bloco operatório, onde "as cirurgias programadas foram adiadas e só decorrem as de urgência".

A greve, que decorre desde as 08:00 até às 24:00 de hoje, foi convocada pelo SEP para pedir a contratação de mais enfermeiros para compensar a passagem do regime de 40 para 35 horas semanais a partir de 01 de julho.

Os enfermeiros com contrato individual de trabalho vão voltar ao horário semanal de 35 horas em vez das atuais 40, o que, segundo contas do SEP, implica que serão precisos "1.976 enfermeiros" para compensar a redução de horas destes profissionais para manter tudo a funcionar.

Por outro lado, segundo a presidente do SEP, Guadalupe Simões, há uma falta de enfermeiros mais profunda, que tem a ver com "o desinvestimento e os cortes na área da saúde", com efeitos negativos nos salários e nas carreiras que levaram "muitos enfermeiros a sair do país".

Lusa