A ação de protesto convocada pela Federação Portuguesa do Táxi (FPT) e pela Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) contra a lei que regulamenta as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros, como a Uber e a Cabify, que entra em vigor em 01 novembro, manteve-se hoje em Lisboa, Porto e Faro, sem previsão de terminar.

Segundo a organização, ao início da tarde mantinham-se nas cidades de Faro, Lisboa e Porto cerca de 1.600 carros.
Os dirigentes destas duas associações, que permanecem na zona dos Restauradores, em Lisboa, afirmaram que o protesto "é para continuar" e que "não é para desmobilizar", pelo menos até segunda-feira, dia em que serão recebidos na Presidência da República, pelas 15:00 (hora divulgada pelos taxistas).
A disponibilidade para receber os representantes do setor do táxi foi transmitida esta manhã pelo Presidente da República, quando questionado pelos jornalistas sobre o protesto dos taxistas, à saída de uma conferência internacional sobre oceanos, que decorre em Lisboa.
Não está "nas mãos da Assembleia da República"
No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa ressalvou que a questão está "nas mãos da Assembleia da República" e disse aguardar a posição dos partidos e do Governo, depois de ter "havido manifestação de vontade de alguns grupos parlamentares em reverem, repensarem ou reajustarem a lei ou de a completarem", salientando que "a nova lei dos táxis ficou de ser completada" com a entrada em vigor da legislação sobre as plataformas eletrónicas.
Já esta tarde, a Presidência da República confirmou que os representantes das associações iriam ser recebidos no Palácio de Belém na segunda-feira, dia em que Marcelo Rebelo de Sousa estará em Nova Iorque para participar num debate da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
O presidente da ANTRAL, Florêncio Almeida, referiu que pretendem também ser recebidos pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues.
Taxistas criticam Fernando Medina
Por outro lado, o presidente da FPT, Carlos Ramos, criticou o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, por não ter "a preocupação" de convocar os manifestantes que estão desde quarta-feira na capital para uma reunião.
"Surpreende-nos a nós que [...] o senhor presidente da Câmara ainda não tenha tido essa preocupação, de nos convocar para saber o que nós pensamos e também para nós sabermos o que é que ele pensa", disse Carlos Ramos, em declarações à Lusa.
Segundo Carlos Ramos, os taxistas já foram recebidos pelo "presidente da Câmara de Faro, o presidente da Câmara de Loulé e o presidente da Câmara do Porto".
Entretanto, segundo a organização e a PSP, a comunicação feita pelos representantes do setor aos municípios onde decorrem o protesto (Lisboa, Porto e Faro) apontam para uma permanência dos taxistas nas ruas por "tempo indeterminado".
O porta-voz do Comando Nacional da PSP, Alexandre Coimbra, referiu à Lusa que não foram levantadas objeções após a comunicação e que o protesto não tem fim agendado.
As críticas dos clientes e dos motoristas das plataformas tecnológicas de transporte

Desde 2015, este é o quarto grande protesto contra as plataformas que agregam motoristas em carros descaracterizados, cuja regulamentação foi aprovada, depois de muita discussão, no parlamento, em 12 de julho, com os votos a favor do PS, do PSD e do PAN, os votos contra do BE, do PCP e do PEV, e a abstenção do CDS-PP.
Com Lusa