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Marcelo assinala coragem dos vencedores do Nobel da Paz

O Presidente da República português assinalou esta sexta-feira a coragem dos vencedores do prémio Nobel da Paz, o cirurgião congolês Denis Mukwege e a ativista yazidi Nadia Murad, arriscando a vida a ajudar vítimas de "crimes de guerra hediondos".

Marcelo assinala coragem dos vencedores do Nobel da Paz
ANTÓNIO COTRIM

"O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa felicita os dois laureados pela coragem demonstrada ao colocarem em risco a sua própria segurança para ajudar as vítimas de crimes de guerra hediondos e lançar luz sobre uma dimensão menos conhecida, mas atroz dos conflitos armados", lê-se numa nota do Palácio de Belém.

O Comité Nobel Norueguês anunciou hoje a atribuição do Nobel da Paz ao congolês Denis Mukwege e à iraquiana Nadia Murad pelos "seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra e conflitos armados.

"A decisão acontece uma década depois da Resolução 1820 (2008) do Conselho de Segurança das Nações Unidas declarar o uso da violência sexual como arma de guerra e conflito armado uma grave violação da lei internacional e uma ameaça à paz e segurança internacional", assinala ainda a mensagem de congratulação de Marcelo Rebelo de Sousa, divulgada no sítio da internet da Presidência.

O Comité Nobel norueguês justificou a decisão com os esforços dos dois laureados para acabar com a violência sexual como arma nos conflitos e guerras de todo o mundo.

Nadia Murad é atualmente embaixadora da ONU para a dignidade das vítimas do tráfico de seres humanos.

Tal como milhares de jovens e mulheres yazidis, uma comunidade do Iraque que os 'jihadistes' consideram herética, Nadia Murad foi forçada a ser escrava sexual pelo grupo terrorista autodesignado Estado Islâmico do Iraque e do Levante em agosto de 2014, e mantida como escrava sexual na cidade de Mossul.

Nadia Murad fugiu, conseguindo chegar a um campo de refugiados no norte do Iraque, e, em seguida, a Estugarda, na Alemanha, e desde então tem sido porta-voz da causa yazidi, tal como a sua amiga Lamia Haji Bachar, com a qual venceu, em conjunto, o Prémio Sakharov do Parlamento Europeu em 2016.

Denis Mukwege, com 63 anos, é um médico ginecologista congolês que tem desenvolvido uma ação humanitária na República Democrática do Congo, onde trata mulheres vítimas de violação.

É considerado um dos maiores especialistas mundiais na reparação e tratamento de danos físicos provocados por violação, e no seu hospital em Bukavu trata mulheres que foram violadas por milícias na guerra civil do Congo.

Lusa