País

Um adeus anunciado

Mais de um ano depois do roubo nos paióis de Tancos, o ministro da Defesa caiu. Azeredo Lopes demitiu-se esta sexta-feira e, em reação, muitas foram as vozes que defenderam que esta saída era "inevitável" e já devia ter acontecido há mais tempo.

O pedido de demissão foi entregue esta quinta-feira, ao final do dia, e aceite pelo primeiro-ministro já esta sexta-feira. Azeredo Lopes reafirma que não teve conhecimento da operação em Tancos e justifica a saída com a necessidade de evitar o desgaste das Forças Armadas:

"MAIS VALE TARDE DO QUE NUNCA"

À direita, o CDS fala numa demissão "tardia e inevitável" enquanto o PSD, pela voz do presidente Rui Rio, reitera que “mais vale tarde do que nunca” e que Azeredo Lopes teve “sentido de Estado” ao perceber que a situação era insustentável:

À esquerda, o PCP foi mais contido e referiu apenas que "o primeiro-ministro considerou que afinal o ministro não tem condições para continuar”:

"LIMPAR O AMBIENTE DE SUSPEIÇÃO"

No panorama militar, há unanimidade em considerar que a demissão era expectável. O tenente-coronel António Mota, presidente da AOFA - Associação de Oficiais das Forças Armadas -, vai mais longe e diz esperar que a demissão "sirva para limpar o ambiente de constante suspeição que reina nas Forças Armadas":

QUE SUCESSÃO?

Questionado sobre quem seria o substituto de Azeredo Lopes, Ricardo Costa considera que a solução mais imediata passaria por Marcos Perestrello, secretário de Estado da Defesa Nacional: