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Mulher morta em Vieira do Minho foi estrangulada

A morte ocorreu na noite de quarta-feira. O marido da vítima entregou-se às autoridades.

A Polícia Judiciária (PJ) de Braga anunciou esta quinta-feira, em comunicado, que a mulher que morreu na quarta-feira em Salamonde, Vieira do Minho, terá sido esganada, "num quadro de violência conjugal".

Em comunicado, a PJ acrescenta que já foi detido um homem "sobre o qual recaem fortes suspeitas da prática de um crime de homicídio qualificado".

Fonte da PJ disse à Lusa que o detido é marido da vítima.

"A vítima, uma mulher com 39 anos de idade, terá sido morta por esganamento, num quadro de violência conjugal".

O detido, com 44 anos e motorista profissional, vai ser presente às autoridades judiciárias competentes, para primeiro interrogatório e aplicação das respetivas medidas de coação.

A morte ocorreu na noite de quarta-feira, tendo o marido na vítima ido entregar-se às autoridades.

O advogado do suspeito disse que este, quando se entregou na GNR, assumiu o crime de violência doméstica e não o de homicídio.

"O meu cliente não assumiu, nem assume, a autoria do homicídio. Quando se entregou na GNR, disse que agrediu a mulher, nunca disse que a matou".

Acrescentou que, quando o homem abandonou o local, a mulher ainda estaria viva.

Disse ainda que no local também se encontrava o alegado "amante" da vítima, tendo sido este quem deu o alerta às autoridades.

"O que aconteceu no local após a saída do meu cliente, não sabemos", acrescentou.

Acusava mulher de infidelidade

Segundo João Magalhães, o marido, na noite de quarta-feira, terá tido uma discussão com a vítima, acusando-a de infidelidade.

"A mulher ainda terá tentado tirar-lhe uma avultada quantia em dinheiro que ele tinha no bolso da camisa, houve zaragata, agressões, estaladas, após o que o meu cliente abandonou a casa", acrescentou.

O casal esteve emigrado duas décadas em Inglaterra, mas voltou a Portugal em 2017, abrindo em Vieira do Minho uma unidade de alojamento local e um restaurante.

Segundo fonte da GNR, esta força não tem nos seus registos qualquer histórico em relação ao casal, ambos na casa dos 40 anos.

Esta quinta-feira o Parlamento cumpriu um minuto de silêncio por todas as vítimas de violência doméstica, depois de aprovar, por unanimidade, um voto de pesar que pede que se faça "mais e melhor" para combater este problema. Em dia de luto nacional pelas vítimas de violência doméstica, a bandeira da Assembleia da República encontra-se a meia haste.

Ana Paula Fidalgo é a 12.ª vítima mortal de violência doméstica só este ano. Em 2018, foram feitas mais de 26 mil queixas.

Com Lusa