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Revelados cinco novos casos de nomeações familiares no Governo

A rede de nomeações de parentes próximos de dirigentes do Partido Socialista é cada vez maior.

Revelados cinco novos casos de nomeações familiares no Governo
ANTÓNIO COTRIM

O jornal Observador revelou esta quinta-feira cinco novos casos dentro da família socialista.

Entre eles, há o companheiro da deputada Idália Serrão, que já foi secretária de Estado no Governo de Sócrates. Foi nomeado este ano Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária pelo secretário de Estado da Proteção Civil. Antes, já ocupava um cargo de nomeação no gabinete da ministra do Mar.

Há ainda uma sobrinha do Presidente da Câmara de São João da Madeira, eleito pelo PS, e que já passou por três gabinetes como técnica especialista e adjunta. E ainda dois outros filhos de socialistas que foram nomeados por este Governo para cargos de escolha política, assim como o genro de uma deputada do PS.

Ex-mulher do ministro do Ambiente esteve no Governo

A notícia foi avançada esta quinta-feira pelo jornal Expresso, e é mais uma polémica para se juntar às restantes em torno das relações familiares no Governo.

Isabel Marrana, ex-mulher de Matos Fernandes, esteve no Ministério do Ambiente enquanto ainda era casada. Foi nomeada chefe de gabinete da Secretária de Estado do Ordenamento do Território.

Mais tarde, quando deixou o cargo, e já depois do divórcio, foi indicada para a Agência Portuguesa do Ambiente, que depende diretamente do ministro.

Os dois envolvidos negam qualquer tipo de favorecimento.

Governo deverá sofrer nova remodelação com demissão de secretário de Estado

O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, apresentou hoje a demissão do cargo, um dia depois do seu primo e adjunto, que nomeou, ter feito o mesmo.

Numa carta enviada ao Executivo, escreve:

"Entendo que o assunto pode prejudicar o Governo, o Partido Socialista e o senhor Primeiro-Ministro. Com a mesma honra que determinou a minha aceitação de funções governativas, entendo, nesta hora, pedir a minha demissão ao senhor Primeiro-Ministro e ao senhor ministro”.

A demissão foi aceite pelo ministro do Ambiente e pelo primeiro-ministro.

Nomeou o primo para adjunto do gabinete

Carlos Martins sai do Governo depois de ter sido noticiado, na quarta-feira, que nomeou o primo Armindo Alves para adjunto. O ministro do Ambiente garante que não sabia da ligação.

De acordo com uma nota do gabinete do ministro do Ambiente e da Transição Energética, o pedido de demissão foi feito a partir da Costa Rica, onde o secretário de Estado se encontrava "em representação do Governo português".

Na missiva, Carlos Martins justifica o pedido de demissão com o facto de esta polémica poder prejudicar o Executivo e o PS.

Costa quer "critério claro e uniforme" sobre limitação dos direitos de familiares de políticos

No debate quinzenal, António Costa foi questionado pelo líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, sobre o que chamou de "elefante na sala". O primeiro-ministro defendeu que deve ser debatido e definido um "critério claro e uniforme" quanto às limitações dos direitos dos familiares de titulares de cargos políticos, que valha para o atual e para futuros governos.