País

Militar da GNR diz que droga apreendida na sede da Juve Leo era da claque

"A droga foi apreendida à Juve Leo", afirmou João Oliveira, um dos responsáveis pelas duas buscas à sede da claque.

Militar da GNR diz que droga apreendida na sede da Juve Leo era da claque
Rafael Marchante

O militar da GNR João Oliveira admitiu esta quinta-feira, em tribunal, que a posse da droga apreendida durante as buscas na sede da Juventude Leonina foi atribuída à claque e não a uma pessoa em especial.

"A droga foi apreendida à 'Juve Leo'", afirmou João Oliveira, um dos responsáveis pelas duas buscas à sede da claque, junto ao estádio de Alvalade, na terceira sessão do julgamento da invasão à academia do Sporting, que decorre no tribunal de Monsanto, em Lisboa, e que prossegue na segunda-feira.

Segundo João Oliveira, quando foram apreendidas 15 gramas de cocaína num frasco com arroz, Jojó, a pessoa que tomava conta do espaço da 'casinha' e Nuno Mendes 'Mustafá', um dos líderes da claque 'Juve Leo' "discutiam sobre de quem era a droga".

Questionado por Rocha Quental, advogado de Mustafá, um dos dois arguidos que continua em prisão preventiva por alegado tráfico de droga, o militar não confirmou que a droga fosse do líder da claque dos 'leões'.

No final da sessão, Rocha Quental considerou que a testemunha confirmou que o seu cliente "não praticou o crime de tráfico de droga", admitindo que vai equacionar todas as possibilidades quanto a um possível pedido da medida de coação.

"Não há nenhum elemento que o relacione com o tráfico de droga. É o momento certo para fazer prova, o tribunal está atento, e isso deixa-me confiante", afirmou o advogado.

Mustafá, Bruno de Carvalho, antigo presidente do Sporting, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos do Sporting, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.

Os três arguidos respondem ainda por um crime de detenção de arma proibida agravado e Mustafá também por um crime de tráfico de estupefacientes.

Aos arguidos que participaram diretamente no ataque à academia, o Ministério Público imputa-lhes a coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.

Estes 41 arguidos vão responder ainda por dois crimes de dano com violência, por um crime de detenção de arma proibida agravado e por um crime de introdução em lugar vedado ao público.

Em 15 de maio do ano passado, durante o primeiro treino da equipa de futebol do Sporting, após a derrota na Madeira, cerca de 40 adeptos 'leoninos' encapuzados invadiram a Academia de Alcochete e agrediram vários jogadores, bem como o então treinador, Jorge Jesus, e outros membros da equipa técnica.

"Havia sangue no chão e estava tudo virado ao contrário"

Na terça-feira, um GNR do posto de Alcochete, comandante da primeira patrulha a chegar ao local, foi ouvido em tribunal. Diz que recebeu uma chamada para ir a Alcochete e foi em marcha de urgência.

Quando chegou, passou por cerca de 50 pessoas, algumas encapuzadas a saírem da Academia e irem para o parque de estacionamento. Passou por eles mas não parou. Foi falar com o vigilante que disse "cá dentro não está ninguém".

Voltaram para trás para fechar a estrada quando foram abalroados pelo BMW.

A primeira pessoa que o GNR identificou foi um arguido que se identificou como jornalista do Sporting, mas que afinal não o era.

Loading...

Com Lusa