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MP investiga publicação de sindicato da PSP sobre mulher agredida na Amadora

Um sindicato da PSP publicou nas redes sociais uma foto da mulher alegadamente agredida pela polícia na Amadora insinuando que a mulher tinha "doenças".

MP investiga publicação de sindicato da PSP sobre mulher agredida na Amadora

O Ministério Público está a investigar a publicação de um sindicato da PSP nas redes sociais sobre a mulher alegadamente agredida pela polícia na Amadora, avançou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Numa resposta enviada à agência Lusa, a PGR refere que "foi localizada uma queixa proveniente da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial" e esta foi remetida ao Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Segundo a PGR, a queixa deu origem a um inquérito.

Em causa está uma publicação do Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública (SUP) no Facebook que mostrava uma fotografia dos ferimentos sofridos pelo polícia que alegadamente agrediu Cláudia Simões na Amadora e que insinuava que a mulher teria doenças graves.

A ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, já tinha anunciado em janeiro, no parlamento, que a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) tinha apresentado uma queixa ao MP contra a publicação do SUP, que foi entretanto eliminada.

Agressões a 19 de janeiro

O caso das agressões ocorreu a 19 de janeiro e, na altura, o ministro da Administração Interna determinou à Inspeção Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito para apuramento dos factos relacionados com a atuação policial na sequência da denúncia apresentada pela mulher detida contra o polícia de serviço, alegando ter sido violentamente agredida pelo agente.

No âmbito desta ocorrência, a organização SOS Racismo recebeu "uma denúncia de violência policial contra a cidadã portuguesa negra", indicando que a mulher ficou "em estado grave", resultado das agressões que sofreu na paragem de autocarros e dentro da viatura da PSP em direção à esquadra de Casal de São Brás, na Amadora.

Comissão contra a discriminação racial apresenta queixa contra sindicato da PSP

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Cláudia Simões foi constituída arguida e sujeita à medida de coação de termo de identidade e residência, tendo sido indiciada do crime de resistência e coação sobre agente da autoridade.

Novo diretor da PSP defende agente da Amadora

Na segunda-feira e no final da toma de posse, o novo diretor nacional da PSP, Magina da Silva, afirmou aos jornalistas que aquilo que viu no vídeo foi "um polícia a cumprir as suas obrigações e as normas que estão em vigor na PSP", não tendo visto "qualquer infração".

"Há uma atuação legal e legítima por parte de um agente da autoridade. Há uma resistência na condução para identificação e há efetivamente uma ação de resistência ativa contra o agente que decidiu proceder à detenção, que foi o que aconteceu. O que se passou depois, que não está documentado no vídeo, obviamente será devidamente esclarecido no âmbito do processo crime e o processo disciplinar a decorrer na IGAI", disse o superintendente-chefe Magina da Silva.

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