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Movimento cívico congratula-se com suspensão do projeto do Metro de Lisboa

Defende o crescimento da linha para Alcântara e Loures.

O Movimento "Contra o Fim da Linha Amarela" congratulou-se hoje com a suspensão do projeto de construção da linha circular do Metro de Lisboa, frisando que o Governo irá agora ter um "momento para parar e poder pensar".

"Significa que o desejo das populações e o respeito pelas instituições ficou garantido", disse à Lusa Paulo Bernardo e Sousa, do movimento, recordando a recomendação feita pelo parlamento ao Governo em julho passado que já pedia a suspensão do projeto de expansão da linha circular.

Foi aprovada hoje no parlamento, durante a votação do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), a suspensão do projeto de construção da linha circular, na sequência de uma proposta de alteração do PAN que teve os votos favoráveis do PSD, BE, PCP e Chega, os votos contra do PS e da Iniciativa Liberal e a abstenção do CDS.

"Agora, graças a esta suspensão, vai-se pensar as coisas de outra forma, é esse o nosso desejo. E já não se avança com gastos e despesas do dinheiro dos contribuintes", acrescentou Paulo Bernardo e Sousa.

O representante lembrou haver "soluções conhecidas" que a própria resolução já apontava, como o crescimento da linha para Alcântara e Loures.

O movimento defendia já que o metro "chegasse a mais públicos", o que, no seu entender, não aconteceria com a solução pensada da linha circular.

De acordo com a proposta aprovada hoje no parlamento, "o Governo procede, durante o ano de 2020, à suspensão do projeto de construção da Linha Circular do Metropolitano de Lisboa".

A iniciativa define ainda que "durante o ano 2020" o Governo realiza, "através do Metropolitano de Lisboa, um estudo técnico e de viabilidade económica, que permita uma avaliação comparativa entre a extensão até Alcântara e a linha circular".

O executivo terá ainda de fazer, segundo a proposta, "os estudos técnicos e económicos necessários com vista à sua expansão prioritária para o concelho de Loures" e "uma avaliação global custo-benefício, abrangendo as várias soluções alternativas para a extensão da rede para a zona ocidental de Lisboa".

A iniciativa do PAN refere também que o Governo vai proceder "à urgente contratação dos trabalhadores necessários à manutenção e ao normal funcionamento do Metropolitano de Lisboa, tendo em conta as diversas áreas onde se verifica carência de pessoal".

Ficou aprovado que o executivo terá de realizar obras nas estações que necessitam de intervenção, sobretudo devido às infiltrações, no Metropolitano de Lisboa.

A proposta do PAN segue uma resolução da Assembleia da República que recomendava ao Governo a suspensão da construção da linha circular do Metropolitano de Lisboa e um estudo técnico e de viabilidade económica.

O projeto de expansão que não avança para já

Metropolitano de Lisboa

O relatório que acompanha a proposta de Orçamento do Estado, conhecida em dezembro, referia que as obras de expansão do Metropolitano de Lisboa, orçadas num total de 210 milhões de euros, iriam arrancar no segundo semestre deste ano, quando inicialmente estavam previstas para o primeiro semestre.

O projeto prevê a criação de "um anel envolvente da zona central da cidade", com a abertura de duas novas estações: Estrela e Santos".

O objetivo é ligar o Rato ao Cais do Sodré, obtendo-se assim uma linha circular a partir do Campo Grande com as linhas Verde e Amarela, passando as restantes linhas a funcionar como radiais - linha Amarela de Odivelas a Telheiras, linha Azul (Reboleira - Santa Apolónia) e linha Vermelha (S. Sebastião - Aeroporto).