Só na primeira quinzena de julho morreram 4.721 pessoas em Portugal, o número mais elevado desde 2013.
De acordo com o portal da Vigilância da Mortalidade, entre o dia 1 e 15 de julho registaram-se mais 673 mortes do que em 2019, o que corresponde a um aumento de 17%. Este indicador encontra-se em alerta vermelho, “muito acima do esperado”.
Segundo o mesmo portal, o dia que registou mais óbitos foi a última terça-feira, com 395 vítimas mortais. Os grupos etários entre os 74 e os 84 anos são os mais afetados.
As altas temperaturas e um menor acesso dos doentes crónicos aos cuidados de saúde devido à Covid-19 podem explicar o aumento da mortalidade.
“As temperaturas muito elevadas, tal como acontece em momentos de muito frio, descompensam as doenças crónicas”, explicou ao Jornal de Notícias Jorge Almeida, diretor do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar Universitário.
A onda de calor em maio
A onda de calor em maio provocou um aumento de mortalidade em mais 510 casos em relação ao mesmo período do ano anterior. A Diretora-Geral da Saúde explicou na altura que grandes períodos de temperaturas excessivamente quentes têm sempre reflexo na mortalidade por qualquer causa.
10 recomendações para diminuir os riscos
Cientistas avisam: verão pode tornar-se "demasiado quente para os humanos"
O aumento da temperatura global pode vir a tornar-se “um monstro ainda maior” e o verão “demasiado quente” para os humanos, em especial para trabalhar, alertam os cientistas.
Em causa está a exaustão por calor, uma situação médica que provoca tonturas, náuseas, fraqueza, fadiga, dor de cabeça, vómitos e afeta o discernimento do indivíduo. No seu extremo, pode mesmo provocar a falência de órgãos. Tudo porque o corpo deixa de ser capaz de arrefecer.
No início deste ano, um estudo alertou para a probabilidade de mais de um bilião de pessoas serem afetadas por esta condição até 2100. Para o evitar, é preciso que certos comportamentos se tornem hábitos, como beber muita água e fazer pausas regulares no trabalho para refrescar.