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Incêndio de Valongo atinge dois abrigos de animais em Santo Tirso. Dezenas de cães e gatos morreram

O PAN também já esteve no local.

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Durante a noite, dois abrigos de animais de Santo Tirso foram atingidos pelas chamas do fogo que deflagrou em Valongo. Morreram dezenas de cães e gatos.

Estariam nestes abrigos cerca de três centenas de animais e num deles, as associações de salvamento de animais foram impedidas de atuar, por se tratar de uma propriedade privada.

Ao que tudo indica, este abrigo já teve várias denúncias de maus tratos, mas foram todas arquivada. O PAN também esteve no local e alertou as autoridades várias vezes para a situação, mas o direito à propriedade privada falou mais alto.

O partido Pessoas-Animais-Natureza defendeu que a Lei de Proteção dos Animais é clara quanto ao socorro de animais doentes, feridos ou em perigo.

"A violação deste dever de cuidado e socorro pode, inclusivamente, fazer incorrer no crime contra animais de companhia, se da omissão de auxílio resultar sofrimento injustificável ou até a morte dos animais, como está a ser o caso", refere.

O partido Pessoas Animais e Natureza já solicitou um mandato para restagar os animais que ainda se encontram no abrigo.

GNR diz que morte de animais em Santo Tirso se deveu à dimensão do fogo

A GNR esclareceu que a morte de animais no incêndio em Santo Tirso não se deveu ao facto de ter impedido o acesso ao local de populares, mas à dimensão do fogo e à quantidade de animais.

"É importante salientar que as consequências trágicas deste fogo não tiveram qualquer correspondência com o facto de a Guarda ter impedido o acesso ao local por parte dos populares. A essa hora, já tinham sido salvos os animais que foi possível salvar", explica a GNR, em comunicado.

A GNR afirma no comunicado que, na sequência do incêndio, "foi consumido parte de um terreno, no qual se encontravam diversas instalações com cães".

"Enquanto o incêndio deflagrava, ainda durante a tarde [de sábado] , a ação da GNR foi essencial para permitir que tivessem sido resgatados, com vida, a maior parte dos cães. Lamentavelmente, a dimensão do fogo e a grande concentração de animais naquele local, impediram que tivesse sido possível resgatar todos os animais com vida, tendo sido recuperados alguns já sem vida", lê-se na nota.


O comunicado acrescenta que "os bombeiros combateram o incêndio, conseguindo evitar que o espaço ardesse todo, havendo condições para que os restantes animais permanecessem no local até que se resolvesse a situação, sendo retirados apenas os animais feridos, por indicação do veterinário municipal".

Mais tarde, segundo a GNR, já na fase de rescaldo do incêndio, "durante a madrugada, diversos populares pretenderam aceder ao terreno, situação para a qual a Guarda foi alertada pela proprietária do terreno".

"Pelo facto de, àquela hora, já não existir urgência, uma vez que a situação estava já a ser tratada pelas entidades competentes e por se tratar de propriedade privada, os militares da Guarda impediram os populares de aceder ao espaço", justifica esta força de segurança.

A GNR termina o comunicado dizendo que, "neste momento, está a ser efetuada uma inspeção ao local pelo veterinário municipal".