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"Seria enganarmo-nos a nós próprios se não admitirmos que existe racismo no país"

Mamadou Ba afirma que é preciso "enfrentar esse flagelo global".

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Assinala-se, este domingo, o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. Um pouco por todo o mundo, realizaram-se manifestações pela igualdade racial. Em Portugal houve dois protestos: um no Porto, que juntou cerca de 50 pessoas, e outro em Lisboa, com perto de 300 manifestantes.

Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo, destaca o peso da herança colonial portuguesa na existência de racismo estrutural e afirma que é preciso “enfrentar esse flagelo global”. "Seria enganarmo-nos a nós próprios se não admitirmos que existe racismo no país", acrescenta.

“Quando dizemos que Portugal é um país estruturalmente racista, não estamos a dizer que todos os portugueses sejam racistas. O que estamos a dizer é que há uma estrutura cultural que premeia as relações sociais, económicas e políticas do nosso país e resultam em discriminação de pessoas em função da sua diferença étnica, cultural, religiosa”, afirma.

Esta discriminação pode ter várias formas, acrescenta ainda Mamadou Ba, seja através de insultos, de falta de oportunidades - no acesso ao ensino, ao trabalho ou a serviços públicos básicos – ou até na segregação habitacional. A violência policial é também um dos problemas identificados pelo dirigente do SOS Racismo.

As concentrações acontecem numa altura em que vai começar a ser discutida uma proposta para o plano nacional de combate ao racismo.