A Polícia Judiciária tem em curso uma operação relacionada com suspeitas de falsificação de testes à covid-19, no âmbito do futebol. O Futebol Clube do Porto confirma a realização de diligências no clube. A PJ diz que se realizam na região do Porto e do Algarve.
Num comunicado enviado às redações, a Polícia Judiciária e o Ministério Público informam que estão a decorrer, esta quinta-feira, cerca de uma dezena de buscas domiciliárias. Acontecem nas regiões do Algarve e do Porto.
Entretanto, o Futebol Clube Porto confirma que decorrem, esta quinta-feira, buscas nas instalações do clube e no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia.
Esclarece ainda que se devem ao resultado do teste à covid-19 de um jogador do plantel principal, necessário para uma viagem em janeiro de 2021.
Autoridades suspeitam de Nakajima
Ao que a SIC conseguiu apurar, as autoridades suspeitam que os resultados do teste de Nakajima tenham sido falseados.
O médio do Futebol Clube do Porto foi, no início do ano, emprestado ao Al Ain, nos Emirados Árabes Unidos. Viajou no dia 13 de janeiro. Mas o estratagema poderá depois ter sido usado por vários clubes e com jogadores diferentes.

Sem referir nomes, a PJ já tinha informado que, na origem da operação "covid free", está uma viagem de avião, para o estrangeiro, de um "jogador de futebol profissional", alegadamente infetado com covid-19.
"A Futebol Clube do Porto - Futebol, SAD, como sempre, colaborou com a Justiça na recolha de todos os elementos solicitados para a investigação em curso", afirma o clube em comunicado.
Em causa poderá estar um crime de propagação de doença, alteração de análise ou de receituário, punido com penas de prisão que podem ir de 1 a 8 anos.
Nas diligências, participam um magistrado Judicial, magistrados do Ministério Público e elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária. Contam também com a colaboração do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.
Diretor da PJ diz que investigação precisa de sigilo
À saída do tribunal Santarém, após prestar declarações no julgamento de Tancos, o diretor da Polícia Judiciária confirmou a investigação que levou a buscas no Porto e no Algarve e lembrou que o segredo é essencial nestes processos.
