O incêndio que lavra no concelho de Odemira, Beja, está a evoluir "de forma imprevisível", devido "ao vento forte". Várias pessoas foram retiradas de casa "por precaução". O fogo chegou, entretanto ao Algarve, ao concelho de Monchique.
"Já houve algumas situações de evacuação de alguns montes, por precaução, mas tudo foi tranquilo e decorreu de forma ordeira" e, agora, "estamos a acompanhar a operação de combate às chamas", disse à agência Lusa o autarca de Odemira, José Alberto Guerreiro.
A localidade de Moitinhas, em Odemira, foi uma das que teve de ser evacuada devido à rapidez com que as chamas avançavam.
435 operacionais estava, cerca das 20:50, a combater o incêndio, que já levou a GNR a cortar o trânsito na Estrada Regional 266 (ER 266), segundo as autoridades.
De acordo com informações disponíveis no sítio de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), àquela hora o combate ao incêndio mobilizava 435 operacionais, apoiados por 152 viaturas, não havendo já meios aéreos envolvidos.
Em declarações à agência Lusa, fonte da GNR disse que, devido ao incêndio, o trânsito na ER266 foi cortado por volta das 20:00, entre a localidade de Nave Redonda, no concelho de Odemira, e perto da vila de Monchique, já no Algarve.
Fogo chega ao Algarve
O incêndio chegou esta quarta-feira à noite ao concelho de Monchique, no Algarve. À SIC, o presidente da Câmara que o fogo seguiu em direção ao sul devido a uma alteração do vento.
O fogo pode entrar em zonas de matas mais antigas e densas, que não estão limpas, o que pode "dificultar muito o combate", acrescenta. No entanto, refere que, se o vento seguir noutra direção, poderá ser uma "janela de oportunidade".
Foram retiradas de casa por precaução entre quatro a seis pessoas. Foram encaminhadas para os Bombeiros de Monchique e deverão dormir nas Pousadas da Juventude.
Já depois das 23:00, o vento forte acalmou e a temperatura desceu. Mas mantém-se ativas duas frentes.
Bombeiros de várias regiões do país estão a chegar ao local para ajudar no combate às chamas durante a madrugada.
Vento forte dificulta combate às chamas
Durante a tarde, o autarca de Odemira referiu que o incêndio, numa zona "entre o Alentejo e o Algarve", estava "a evoluir de forma imprevisível", por causa do "vento forte".
"Este vento é que está a fazê-lo andar muito rapidamente. Há muito vento", frisou.
As chamas, que lavram em mato e povoamento florestal misto, têm destruído "sobretudo pinheiros e montado de sobro", assim como "alguns eucaliptos".
"Mesmo com esse tipo de floresta, está a evoluir, porque o vento neste vale, entre o Alentejo e o Algarve, é muito forte", sublinhou.
O autarca disse também que, no terreno, há "dificuldades para a coordenação dos meios" de combate e criticou as operadoras pela má rede de comunicações nesta área.
"Outro dos grande lamentos que deixo é o facto de, ao fim de tantos anos passados sobre o grande incêndio que tivemos em 2003 e de tantas insistências que temos feito com as operadoras, ainda não tenhamos comunicações em condições, o que torna mais difícil a coordenação dos meios terrestres", afirmou.
Os bombeiros receberam, às 13:14, o alerta para o fogo, que eclodiu perto do lugar de João Martins, na freguesia de Sabóia, no concelho de Odemira.
A operação de combate envolve meios dos bombeiros e da Força Especial de Proteção Civil, assim como a AFOCELCA, GNR e Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).