António Costa diz que o Governo está a estudar, com os parceiros de esquerda, eventuais mexidas nos escalões de IRS, no próximo Orçamento do Estado. Na segunda parte da entrevista ao Expresso, o primeiro-ministro mostra-se confiante nas negociações com Bloco e PCP e adianta, entre outras medidas, que o regime de lay-off simplificado vai continuar em 2022 e que haverá aumentos significativos nos abonos de família. Diz também que só vai decidir em 2023 sobre uma eventual recandidata às legislativas.
Em eleições pode sempre haver surpresas, mas o nível de confiança com que António Costa parte para as autárquicas do próximo mês é de quem não equaciona outro cenário que não o de uma vitória sem espinhos.
É a Esquerda que interessa ao primeiro-ministro para aprovar o Orçamento do Estado, depois das autárquicas. E no que depender de António Costa as duas coisas não se misturam. Sem confusões com o PCP e, assegura António Costa, em paz também com o Bloco.
Em entrevista ao Expresso, o primeiro-ministro mostra-se confiante nas negociações do Orçamento do Estado do próximo ano e deixa em aberto uma descida do IRS com eventuais mexidas nos escalões que beneficiem a classe média.
Já certa é a decisão de manter o lay-off simplificado e as medidas de apoio urgente no próximo ano.
Ainda não é certo se no próximo Orçamento já vai ser possível pôr em prática a ideia de fundir as várias prestações sociais numa só de carácter mais universal. Mas às famílias, o primeiro-ministro deixa já duas garantias: os abonos de família vão ser aumentados e as deduções de IRS também.
Com o sétimo Orçamento à vista, António Costa não antecipa qualquer razão para a legislatura ser interrompida e só quando chegar ao fim é que vai decidir se será ou não recandidato.
Quem esperava uma clarificação no congresso da próxima semana terá de esperar mais um pouco até 2023.