A Polícia Judiciária (PJ) deteve na quarta-feira dois iraquianos, na região de Lisboa, por suspeitas de ligação à organização terrorista Daesh.
Os dois iraquianos, um com 32 anos e outro com 34, estão em Portugal desde 2017, integrados num programa de apoio a refugiados.
Ao que a SIC apurou, viviam na zona de Lisboa e um deles trabalhava na área da restauração.
São suspeitos de pertencerem a milícias na zona de Mossul, com ações de grande violência. O inquérito da PJ foi aberto logo em 2017 e estão desde essa altura sob vigilância.
As buscas e a detenção
Em comunicado, a PJ adianta que os homens foram detidos pela "indiciada prática de crimes de adesão e apoio a organização terrorista internacional, de terrorismo internacional, e contra a humanidade".
"A Polícia Judiciária coadjuvou o Ministério Público (DCIAP) nesta investigação que contou com a colaboração do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e, a nível internacional, com a cooperação de autoridades judiciárias iraquianas, através da UNITAD-ONU, cujo apoio permitiu recolher prova indiciária bastante para imputar os referidos crimes àqueles cidadãos."
Nas detenções e buscas estiveram ainda a magistrada do Ministério Público titular do inquérito e elementos da investigação criminal e peritos da Unidade de Perícia Tecnológica Informática (UPTI) da PJ.
De acordo com as provas recolhidas, a PJ adianta que os dois homens tinham posições distintas na estrutura do Daesh, mas que não foram identificados "indícios de que tivessem cometido quaisquer crimes desta natureza" em Portugal.
Os arguidos vão agora ser presentes a tribunal para interrogatório e consequente aplicação das medidas de coação.