O ministro das Infraestruturas e da Habitação lamenta a saída de Nuno Freitas da CP, que esta terça-feira, pediu a demissão. Pedro Nuno Santos culpa indiretamente, o ministro das Finanças pelos entraves que o gestor encontrou na empresa.
A escolha de pôr a CP no trilho certo foi uma escolha de Nuno Freitas, assim como a saída anunciada após dois anos e três meses no cargo.
"Nós perdemos hoje o melhor presidente que a CP já teve em toda a sua história. O engenheiro Nuno Freitas estava a liderar uma revolução na CP, a fazer um trabalho extraordinário, a permitir que o Estado poupasse milhões de euros com a recuperação de material que nós estávamos a fazer", confessa Pedro Nuno Santos.
Numa carta enviada aos trabalhadores, Nuno Freitas explica que pediu para sair mais cedo por achar que já cumpriu as metas a que se propôs.
Segundo Pedro Nuno Santos, as razões que impulsionaram a saída repentina de Nuno Freitas deve-se ao ministro das Finanças.
"E é muito difícil pedirmos a um grande gestor, homem sério, de grande capacidade de trabalho e de realização, que fique muito tempo numa empresa que não consegue ter um Plano de Atividades e Orçamento aprovado, que tem uma dívida histórica acumulada gigantesca e que não pode ser saneada, portanto retirando capacidade e autonomia de gestão à empresa, que demora meses para ter uma autorização para comprar umas rodas".
Nunca se refere a ninguém diretamente, mas o desabafo do ministro tem um alvo concreto, João Leão, com quem divide a tutela da CP.
"Se dependesse de mim, o problema estava resolvido", garante o ministro das Infraestruturas e da Habitação.
Apesar destes entraves, a tal "revolução" na CP não vai parar e que a seu tempo se saberá quem vai ser o sucessor de Nuno Freitas.