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Mário Machado sai em liberdade com apresentações periódicas

Mário Machado sai em liberdade com apresentações periódicas
Horacio Villalobos

Nacionalista considera ser um "preso político" e anunciou a retirada das redes sociais.

O antigo dirigente de extrema-direita Mário Machado saiu esta sexta-feira em liberdade, do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, com apresentações quinzenais às autoridades do local de residência.

As medidas de coação foram conhecidas esta sexta-feira de manhã.

À saída do tribunal, o advogado do nacionalista, José Manuel Castro, adiantou que o único crime pelo qual Mário Machado está indiciado pelo Ministério Público é a posse ilegal de arma.

"Mário Machado vai sair por aquela porta em liberdade mediante apresentações periódicas quinzenais no seu posto de residência. O crime que foi indiciado foi da posse ilegal de arma. Não há nenhuma medida privativa de liberdade a adotar", afirmou.

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Mário Machado diz ser "preso político" e anuncia retirada das redes sociais

O nacionalista Mário Machado considerou ser um "preso político" e anunciou a sua retirada das redes sociais, apontando críticas ao Estado e ao Ministério Público depois de sair em liberdade do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.

O antigo líder do movimento Nova Ordem Social defendeu que a apresentação quinzenal às autoridades como única medida de coação decretada pelo juiz de instrução, depois de três dias detido por posse de arma ilegal, é uma "vitória" pessoal, mas, simultaneamente, "uma derrota para a democracia", vincando estar a ser limitada a sua liberdade de expressão.

"O Ministério Público manteve-me preso durante três dias, queria que eu ficasse preso durante oito anos por alegadamente ter escrito um texto na internet. Nunca em democracia se viu uma coisa destas. É um autêntico absurdo. Continuo a ser um preso político. A magistratura, infelizmente, continua a ter uma forte influência do Governo socialista e marxista que governa o país, portanto, não estão reunidas as condições para eu continuar a minha vida política ativa no seio nacionalista", afirmou.

O ativista de extrema-direita foi detido em casa, em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures, por volta das 07:00 de terça-feira. A Polícia Judiciária (PJ) pretendia apenas fazer uma busca relacionada com crimes de propagação e incentivo ao ódio na Internet. No entanto, acabou por encontrar a arma não registada.

Da extrema-direita ao registo criminal

Mário Machado, de 44 anos, esteve ligado a diversas organizações de extrema-direita, como o Movimento de Ação Nacional, a Irmandade Ariana e o Portugal Hammerskins, a ramificação portuguesa da Hammerskin Nation, um dos principais grupos neonazis e supremacistas brancos dos Estados Unidos da América. Fundou também os movimentos Frente Nacional e Nova Ordem Social (NOS), que liderou de 2014 até 2019.

O nacionalista tem também um registo criminal marcado por várias condenações, entre as quais a sentença, em 1997, a quatro anos e três meses de prisão pelo envolvimento na morte, por um grupo de 'skinheads', do português de origem cabo-verdiana Alcino Monteiro na noite de 10 de junho de 1995.

Tem ainda uma outra condenação de 10 anos, fixada em 2012 por cúmulo jurídico na sequência de condenações a prisão efetiva em três processos, que incluíam os crimes de discriminação racial, ofensa à integridade física qualificada, difamação, ameaça e coação a uma procuradora da República e posse de arma de fogo.

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