Joana Marques Vidal considera que a nova Estratégia Nacional de Combate à Corrupção "é pouco ambiciosa".
O Presidente da Republica promulgou, na última segunda-feira, o diploma que vai permitir a criação do Mecanismo Nacional Anticorrupção, escrevendo no site da presidência que espera que seja uma "entidade independente, imparcial e eficaz".
Contudo, para Joana Marques Vidal, antiga Procuradora-Geral da República, é difícil esperar imparcialidade quando quem nomeia é simultaneamente fiscalizador do nomeado.
A ideia é recorrente: mudar a lei não basta, mas Joana Marques Vidal vai mais longe, e para a antiga Procuradora, o plano de combate à corrupção é pouco ambicioso.
Joana Marques Vidal lembra que o crime é dos que mais vitimas faz, num país onde os números contabilizados ainda ficam longe da realidade.
Segundo dados do Ministério da Justiça nos últimos 10, anos foram concluídos 237 processos de corrupção em Portugal, com 681 pessoas condenadas, das quais só uma pequena parte, 12%, cumpriu pena de prisão efetiva.
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