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"Natal cristão não pode ser reduzido a uma festa social" e ao "espírito consumista"

O cardeal António Marto considera ser "urgente promover a fraternidade e a amizade social como caminhos para sair da crise atual" provocada pela pandemia.

"Natal cristão não pode ser reduzido a uma festa social" e ao "espírito consumista"
SOPA Images

O cardeal António Marto, bispo de Leiria-Fátima, alertou, esta segunda-feira, na sua mensagem de Natal, que "a pandemia aumentou muito as pobrezas e desigualdades sociais", pelo que "a necessidade de ajuda alimentar e a urgência de apoio face às graves perdas sofridas" desafiam a que os cristãos não fiquem "fechados no egoísmo e na indiferença".

"Ninguém pode salvar-se sozinho. A todos é pedida a coragem de sair das lógicas dos interesses próprios, do mercado e do lucro a todo o custo, para nos abrirmos a uma solidariedade mais vasta", escreveu o cardeal Marto, exortando cada um a "praticar a solidariedade para ajudar quem se encontra em dificuldade e vive o peso da solidão ou a redução dramática das possibilidades de uma vida saudável, digna e ativa".

O bispo de Leiria-Fátima lembrou, também, que "o espírito consumista" atrai e distrai "com a tentação de buscar a alegria na exterioridade das compras, das prendas, dos adornos das ruas e da diversão", alertando, no entanto, que "o Natal cristão não pode ser reduzido a uma festa social".

O prelado aproveitou a sua mensagem de Natal para apelar aos católicos da diocese a aposta no caminho de "cuidar uns dos outros, levar carinho, calor e consolo a tantas solidões dos que sofrem (...), refazer a qualidade das relações pessoais afetadas pelos confinamentos e restrições sanitárias bem como o sentido de pertença à comunidade".

E neste ponto, defendeu que "entra a responsabilidade da vacinação, como diz o Papa Francisco: 'Vacinar-se é um modo simples, mas profundo, de promover o bem comum e de cuidar uns dos outros, especialmente dos mais vulneráveis'".