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Portugal pode ultrapassar os 16 mil casos diários, o recorde atingido em janeiro

Face ao cenário atual, a ministra da Saúde admite constrangimentos nos hospitais e já foram feitos acordos com os setores privado, social e militar.

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As próximas semanas vão ser complexas e incertas. O aviso da ministra da Saúde, Marta Temido, chega acompanhado de um alerta: a transmissibilidade da variante Ómicron é tão elevada e que, com o Natal e o Ano Novo, Portugal pode chegar a um recorde de contágios.

Em janeiro deste ano foi alcançado um máximo diário de 16.400 casos, mas dentro de pouco tempo podem ser mais. A previsão foi feita pela ministra da Saúde, na RTP, tendo admitido que essa subida vai provocar constrangimentos no sistema de saúde.

Por isso, disse, já foram feitos acordos com os setores privado, social e militar. Também o Serviço Nacional de Saúde (SNS) contratou 400 camas para aliviar os hospitais públicos, em caso de necessidade nos próximos dias.

Na SIC Notícias também o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, assumiu como possível prolongar as atuais medidas de contenção previstas até 10 de janeiro porque, sustentou, "num cenário de grande incerteza temos de navegar com a maior das precauções".

"O Governo também tem de ter muitas vezes planos A, B e C e é isso que está a fazer garantidamente", garantiu Lacerda Sales, revelando que o plano final ficará definido depois de o Governo ouvir os especialistas, a 5 de janeiro.

Para já, e com a pouca informação que existe sobre a Ómicron, as previsões mostram um crescimento de casos exponencial e sem um pico à vista. "O que a Ómicron trouxe em termos de incerteza e imprevisibilidade foi um tsunami que nos obrigou a rever o jogo, numa altura em que as pessoas já tinha uma expectativa de que a situação já estava mais controlada", destaca Filipe Froes, médico pneumologista e coordenador do gabinete de crise da Ordem dos Médicos.

"Com o Rt que esta variante tem, podemos rapidamente chegar aos 30 mil casos por dia em Portugal. Não é impossível, pelo contrário. Há uma grande probabilidade disso acontecer em janeiro, acrescenta o matemático Henrique Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico.

Mas mesmo que o país chegue a esses valores, a vacinação faz com que as consequências não sejam tão graves, assegura Henrique Oliveira, referindo que mesmo perante esse cenário "vamos ter menos internados, menos mortos, menos pessoas em UCI" do que tivemos em janeiro deste ano.

Recorde-se que neste momento mais de 86% da população residente em Portugal tem algum tipo de proteção contra o vírus adquirida através da infeção natural, da vacina ou de ambas, revelou o INSA.

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