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Morte de bebé em Portalegre: “Se mantivermos o sistema desta forma, estes casos vão repetir-se”

Alexandre Valentim Lourenço, presidente da região Sul da Ordem dos Médicos, sobre a morte de um bebé com oito dias, no hospital de Portalegre.

Morte de bebé em Portalegre: “Se mantivermos o sistema desta forma, estes casos vão repetir-se”

Alexandre Valentim Lourenço, presidente da região Sul da Ordem dos Médicos, garante que a Ordem dos Médicos pediu, há mais de uma semana, as escalas da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER). Declarações depois da morte de um bebé de oito dias, no hospital de Portalegre, por alegada falta de socorro médico.

O responsável adianta que o pedido foi feito porque o organismo “sabia que havia falhas”.

Em entrevista à SIC Notícias, diz que há escalas que não são preenchidas porque há hospitais, sobretudo no interior do país, que têm dificuldade em distribuir os médicos.

Alexandra Valentim Lourenço reconhece que este mês houve mais “períodos de escalas que estiveram por preencher”. No entanto, garante que a Ordem dos Médicos não tem recebido queixas de acidentes.

O responsável sugere uma avaliação à forma como são feitas as escalas em todo o país e a quantas estão por preencher. E defende que se trata de um caso de má organização do sistema e não de má prática.

“Se mantivermos o sistema organizado desta forma, estes casos vão repetir-se frequentemente”, afirma, acrescentando que cabe ao Governo corrigir estas situações.

Alexandra Valentim Lourenço defende ainda que se houver mais condições no interior, haverá “mais médicos e mais condições para evitar estes casos”.

Ministério Público abre inquérito para apurar causas da morte

O Ministério Publico (MP) instaurou um inquérito para apurar as causas da morte de um bebé de oito dias, na quinta-feira, no hospital de Portalegre, por alegada falta de socorro médico.

O MP de Portalegre anunciou que foi instaurado este inquérito naqueles serviços para a averiguação das causas da morte da criança.

Segundo a revista Sábado, “o socorro foi pedido pelo pai da criança e os bombeiros foram acionados às 09:33”, depois de o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) ter dito que a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) “do hospital de Portalegre não estava operacional”.

A diretora clínica da ULSNA, Vera Escoto, revelou que a VMER do hospital de Portalegre esteve cerca de sete horas inoperacional por falta de médico, na quinta-feira.

De acordo com Vera Escoto, aquela unidade hospitalar “fez todos os esforços” naquele dia para colocar a VMER operacional.

“Houve um período, entre 9:00 e as 15:40, em que não houve médico, embora se tivessem feito todos os esforços para colmatar essa situação”, indicou.

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