O antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, confessou que fez uma “habilidade” para esconder o património quando foi para o Governo, em 2005. Em causa está uma conta bancária em que recebia uma avença mensal de cerca de 15 mil euros da sociedade offshore Espírito Santo.
O jornal Observador cita um documento apreendido pelo Ministério Público em fevereiro, no qual Manuel Pinho confessa ter feito uma “habilidade” para não declarar que tinha a offshore “Tartaruga Foundation” no Panamá.
Manuel Pinho terá admitido que não recebia extratos bancários e que ficou admiradíssimo por, na sua conta, caírem todos os meses cerca de 15 mil euros. A certa altura, terá pedido a Ricardo Salgado que parasse, já depois de ter assumido a pasta da Economia.
Nas offshores de Manuel Pinho terão entrado mais de 2,1 milhões de euros, dinheiro vindo do saco azul do Grupo Espírito Santo.
O antigo ministro da Economia justifica o ato considerando que era mais importante servir o país como governante e não teve alternativa senão ocultar o património quando se tornou ministro.
Manuel Pinho admite, ainda, ter comprado a sociedade offshore Blakwade para adquirir um apartamento no centro de Nova Iorque por cerca de 1 milhão de euros, valores nunca declarados.
Estes desvios terão lesado o Estado em centenas de milhares de euros, num processo que se arrasta há uma década.