A moção de estratégia de Nuno Melo foi este sábado a mais votada no 29.º Congresso do CDS-PP, com 854 votos, e tudo indica que o eurodeputado será o novo presidente do partido depois de eleitos os órgãos nacionais.
A moção do eurodeputado Nuno Melo, “Tempo de Construir”, foi uma das quatro levadas a votos, em alternativa, e obteve 73% dos votos. Com este resultado, caberá a Nuno Melo apresentar a lista à Comissão Política Nacional, que será votada entre as 09:00 e as 12:00 deste domingo.
Numa primeira reação aos resultados, e rodeado por apoiantes, o candidato afirmou que “não podia pedir uma votação mais expressiva do que essa que acabou por se registar” e revelou estar “muito feliz”.
“A estratégia que entendo melhor para o CDS foi aprovada e isso não foi coisa pouca”, acrescentou.
Questionado sobre o apoio que recebeu por parte dos ex-presidentes Paulo Portas, Manuel Monteiro e Assunção Cristas, Nuno Melo considerou que demonstram “uma reconciliação com o seu passado que é condição essencial e necessária para o futuro”.
Melo propõe Paulo Núncio e Telmo Correia para ‘vices’
O candidato à liderança do CDS-PP vai propor para vice-presidentes do partido o antigo secretário de Estado Paulo Núncio, o ex-líder parlamentar Telmo Correia e os antigos deputados Álvaro Castello-Branco e Vânia Dias da Silva.
A porta-voz do partido será Isabel Galriça Neto, médica especialista em cuidados paliativos e deputada em três legislaturas, que foi a cara do partido no Parlamento para questões de saúde.
A informação foi transmitida à Lusa por fonte da candidatura, que indicou que o antigo ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, é candidato a presidente da Mesa do Conselho Nacional, cargo exercido no último mandato por Filipe Anacoreta Correia. Já o antigo líder parlamentar e ex-presidente da distrital de Setúbal, Nuno Magalhães, encabeça a lista de vogais a este órgão.
Para secretário-geral, Nuno Melo escolheu Pedro Morais Soares, que volta a um lugar que já ocupou na liderança de Assunção Cristas.
No que toca aos vice-presidentes, além de Paulo Núncio, Telmo Correia, Álvaro Castello-Branco e Vânia Dias da Silva, Nuno Melo escolheu também Varandas Fernandes, médico e antigo vice-presidente do Benfica, e Maria Luísa Aldim, conselheira nacional no mandato que termina.
Para presidente da Mesa do Congresso, a escolha recaiu sobre José Manuel Rodrigues, ex-líder do CDS/Madeira, que já ocupou o cargo.
O Conselho Nacional de Fiscalização será liderado por Pedro Moutinho, antigo líder da concelhia do Porto e da JP, e a por Jurisdição António José Batista, que foi cabeça de lista por Portalegre nas legislativas de 2009 e presidente daquela distrital.
O antigo ministro da Economia Miguel Morais Leitão, que foi vogal da comissão executiva, é a escolha de Nuno Melo para liderar o gabinete de estudos.
Moções de estratégia global visam fixar a orientação geral do partido
As moções de estratégia global visam fixar a orientação geral do partido no próximo mandato. A segunda moção mais votada foi a moção A, “Trazer a democracia cristã para o século XXI”, de João Seabra Duque, com 109 votos (9%), seguindo-se a moção E, “O Futuro para o CDS Partido Popular”, do atual dirigente nacional Miguel Matos Chaves, com 104 votos (9%). A moção menos votada foi a D, “A soma que dá um”, do dirigente distrital Otávio Rebelo da Costa, com 35 votos (3%).
O processo de votação arrancou às 23:29 e gerou longas filas à volta da sala do pavilhão multiusos de Guimarães e só fechou pelas 02:30. O primeiro dia de trabalhos durou cerca de 15 horas e encerrou pelas 03:00, já com muito poucos congressistas na sala.
“Boa noite, bom descanso e até mais logo”, despediu-se o presidente da Mesa do Congresso, Martim Borges de Freitas, recordando que a votação dos órgãos nacionais começa às 09:00.