O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) contabilizou, entre as 00:00 e as 10:00 desta terça-feira, aproximadamente 291 sismos na ilha de São Jorge, de “baixa magnitude” e “nenhum sentido” pela população.
Numa atualização feita às 10:00 locais desta terça-feira (11:00 em Lisboa), o CIVISA informa também que “todos os sismos registados até ao momento evidenciam uma origem de natureza tectónica”.
A atividade sísmica que se tem vindo a registar desde a tarde de 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, “continua acima do normal”.
Ao longo da passada segunda-feira, “a análise preliminar dos registos sísmicos permitiu contabilizar cerca de 399 eventos, mantendo-se a atividade sísmica estacionária relativamente ao dia anterior”, lê-se no comunicado publicado na página da Internet do CIVISA.
O centro reitera que a medição de gases e temperatura no solo que vem sendo feita desde o início desta crise, na área epicentral, “não resultou, até à data, na identificação de qualquer anomalia”, no entanto, os levantamentos de campo continuam “nos próximos dias”.
“No âmbito da monitorização geodésica, o CIVISA, em colaboração com outras entidades, está a reforçar a rede de observação baseada em estações GNSS e a proceder ao tratamento de imagens de satélite”, acrescenta.
Os dados existentes até à data “corroboram as observações sismológicas ao indiciarem a existência de alguma deformação na área epicentral”, explica.
A informação disponível permite ainda “concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, foram reativadas, sendo de admitir a ocorrência de uma intrusão magmática em profundidade”.
O CIVISA repete esta terça-feira o alerta para “a possibilidade de ocorrência de sismos que podem atingir magnitudes mais elevadas do que as registadas até ao momento, assim como para o perigo de ocorrência de derrocadas potenciadas pela atividade sísmica”.
“Existe a possibilidade real de se poder vir a registar uma erupção vulcânica, mas não há evidências de que tal esteja iminente”, assinala.
Desde o início da crise sismovulcânica na ilha de São Jorge, o sismo de maior magnitude foi de 3,8 na escala de Richter (sismo pequeno) e, até ao momento, foram identificados cerca de 226 sismos sentidos pela população. A ilha mantém o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete.
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