Os trabalhadores da Docapesca iniciaram esta quarta-feira uma greve nacional de três dias para exigirem aumentos salariais. Em Setúbal, os restaurantes receiam que falte peixe fresco.
A paralisação dos trabalhadores da Docapesca vai durar até sábado e com a Páscoa a caminho, Vítor Correia já faz contas aos dias em que pode ficar sem peixe fresco.
“Uma greve quarta e quinta, sexta é feriado, sábado não abre a lota e domingo está fechado. Segunda-feira saímos para o mar, terça temos peixe, mas só na quarta-feira é que há peixe fresco em Setúbal”, diz o proprietário de um restaurante situado em frente à lota de Setúbal.
Nesse local, até dia 16 de abril não haverá leilão de pescado. “A economia está a subir, os ordenados não sobem e as pessoas precisam de se safar na vida”, explica Vítor Correia.
Joaquim Gomes trabalha há 18 anos na Docapesca e é um dos funcionários que vai fazer greve.
“Recebia, quando vim trabalhar para a Docapesca, 100 euros acima do ordenado mínimo nacional e agora ganho o ordenado mínimo”, referiu.
O sindicato diz que 60% dos trabalhadores estão na mesma situação, pelo que exigem aumentos salariais. A empresa fez, no ano passado, a promessa de aumentar os salários em quase 2%, mas a única proposta que o sindicato diz ter recebido foi a de subir 50 cêntimos o subsídio de refeição e três euros o subsídio de antiguidade dos trabalhadores.
A Docapesca integra o Setor Empresarial do Estado e qualquer atualização salarial tem de ser aprovada pelo ministério das finanças. A SIC tentou contactar a empresa, mas sem sucesso.