Em três meses, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais Contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa recebeu 290 denúncias, entre as quais há casos com “indícios fortes” que seguiram para o Ministério Público. O jornalista do Expresso, Rui Gustavo, considera, porém, que há falhas de comunicação na Igreja Católica que estão a prejudicar a investigação.
“O presidente da Conferência Episcopal, que acaba por ser o representante de todos os bispos, o D. José Ornelas alegou que ficou combinado” abordar a questão “depois da próxima Assembleia-Geral da Conferência Episcopal, a 26 de abril”, mas “diria que estes desentendimentos não são muito bom sinal para o trabalho desta Comissão Independente, que parece ter recebido indícios fortes [e], pelo menos, 16 casos seguiram para o Ministério Público, que terá agora uma palavra de culpa ou não destes suspeitos“.
“Por isso é muito importante que o trabalho do Ministério Público e da Polícia Judiciária, julgo que será quem vai investigar estes casos, possam esclarecer cabalmente e completamente aquilo que aconteceu e punir quem for de punir”, acrescenta.
Em três meses, a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais Contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa recebeu 290 denúncias. Há relatos de que vários bispos tentaram encobrir crimes sexuais cometidos por elementos do clero e alguns destes suspeitos continuam a trabalhar.
Mais de 20 bispos já foram contactados pela Comissão Independente para obter esclarecimentos e documentos das dioceses. Até ao momento, há quatro que ainda não disseram qualquer palavra.
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