País

Presidente da República enaltece capitães de Abril e pede consenso nacional sobre Forças Armadas

O discurso de Marcelo Rebelo de Sousa na sessão solene comemorativa do 48.º aniversário do 25 de Abril.

Presidente da República enaltece capitães de Abril e pede consenso nacional sobre Forças Armadas
(MANUEL DE ALMEIDA/LUSA)

O Presidente da República enalteceu esta segunda-feira os capitães de Abril e defendeu que o seu “gesto refundador” deve ser agradecido “pense-se o que se pensar sobre o que foram antes e depois desse gesto”.

No seu discurso do 25 de Abril pediu “mais meios imprescindíveis” para as Forças Armadas e “um consenso nacional continuado e efetivo” para fortalecer este “pilar crucial”.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou esta mensagem no início do seu discurso na sessão solene comemorativa do 48.º aniversário do 25 de Abril na Assembleia da República.

“Há um ano falei-vos do Portugal na sua caminhada do império até ao 25 de Abril, à descolonização e à democracia. E nunca é de mais e agradecer o gesto refundador dos capitais de Abril“, afirmou o Presidente da República.

“Pense-se o que se pensar sobre o que foram antes e depois desse gesto, ele foi único, singular e decisivo. Sem ele não haveria hoje uma Assembleia da República livre com vozes livres. Não há como esquecê-lo na escrita ou na reescrita da História”, acrescentou.

Chefe de Estado pede mais meios e consenso sobre as Forças Armadas

Há um ano, nesta data, Marcelo centrou o seu discurso na memória do passado colonial. Esta segunda-feira, dedicou a sua intervenção às Forças Armadas, realçando a guerra em curso na Ucrânia, invadida por forças russas há 60 dias.

“Por que razão neste 25 de Abril falo das nossas Forças Armadas na democracia que temos de recriar jornada após jornada? Porque sem as Forças Armadas, e Forças Armadas fortes unidas e motivadas, a nossa paz, a nossa segurança, a nossa liberdade, a nossa democracia, sonhos de 25 de Abril, ficarão mais fracas”, afirmou.

“Porque reconhecer como são importantes as Forças Armadas na nossa vida como pátria exige mais do que recordarmos por palavras essa sua importância. Porque se queremos Forças Armadas fortes, unidas, motivadas temos de querer que tenham condições para serem ainda mais fortes, unidas e motivadas”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que dar “mais meios imprescindíveis” às Forças Armadas “não é ser-se de direita ou de esquerda, conservador ou progressista, moderado ou radical, é ser-se pura e simplesmente patriota, em liberdade e democracia”.

“E fazer isto não é só tarefa de um Presidente, de um parlamento, de um Governo. Requer um consenso nacional continuado e efetivo acerca das Forças Armadas como pilar crucial da nossa vida coletiva”, defendeu.

Também no início da sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa evocou “com muita saudade” o antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que morreu a 10 de setembro do ano passado, aos 81 anos, elogiando-o pela “constante militância cívica que pautou a sua vida por Portugal”.

O chefe de Estado saudou o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, “com elevada consideração pessoal e solidariedade institucional” e realçou que esta era a primeira vez que usava da palavra perante o parlamento desde as eleições legislativas de 30 de janeiro.

Com LUSA

SAIBA MAIS

Marcelo nas comemorações do 25 de Abril: “Sem Forças Armadas a paz fica mais fraca”