O Banco Espírito Santo pede caráter de urgência no processo BES/GES com receio de que alguns crimes prescrevam. No entanto, o juiz Ivo Rosa diz que não tem condições para acelerar o processo. A SIC teve acesso ao despacho da fase instrutória que começa esta terça-feira.
É considerado o maior processo da justiça portuguesa. Conta com 29 arguidos, 23 pessoas e seis empresas, num total de 361 crimes. O arguido mais mediático é Ricardo Salgado, antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES). É acusado de 65 crimes, os mais graves são os de associação criminosa, burla qualificada, corrupção ativa, branqueamento de capitais.
A SIC teve acesso ao despacho, assinado pelo juiz Ivo Rosa. A massa insolvente do banco é assistente no processo e pediu para que o tribunal desse caráter de urgência ao caso. Uma ideia apoiada pelo Ministério Público, pois pode haver crimes que prescrevam entretanto. Mas o juiz Ivo Rosa rejeitou acelerar o processo.
“O papel do juiz de instrução criminal não é o de mera instância burocrática do Ministério Publico e nem o processo de decisão se reconduz a uma mera adesão, de forma acrítica, à posição do Ministério Publico e dos assistentes dou à posição dos arguidos“, justifica.
O juiz não tem regime de exclusividade do caso e justifica a decisão com o facto de ter o apoio de apenas dois funcionários e dá como exemplo o facto de haver no total 1.235 horas de gravação dos interrogatórios dos arguidos e da audição de testemunhas na fase de inquérito
Depois de dois adiamentos, a fase de instrução do processo BES/GES começa esta terça-feira, estando prevista a audição de quatro testemunhas, entre elas, o ex-banqueiro José Maria Ricciardi.
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