As autoridades portuguesas identificaram 250 atletas, vítimas de imigração ilegal, nos últimos cinco anos. Teriam sido recebidos em Portugal para se tornarem jogadores de futebol profissionais, mas muitos enfrentaram condições desumanas, tendo sido enganados por dirigentes e falsos agentes.
As vítimas são sobretudo sul-americanos e africanos, com a perspetiva de entrar na Europa e de fazer carreira no futebol. Eram atraídos por dirigentes de escalões inferiores ou clubes amadores ou até por alegados agentes de jogadores.
De acordo com o Jornal de Notícias, o SEF identificou nos últimos cinco anos, 250 atletas estrangeiros vítimas de imigração ilegal.
Estes dados foram traçados com base numa investigação a mais de 50 clubes de futebol e já foram constituídos 93 arguidos, mais de 60 dirigentes, 13 agentes, 12 atletas e um treinador.
São suspeitos de crimes de tráfico de seres humanos ou falsificação de documentos com atualmente, 39 investigações em curso.
Para garantir a entrada numa associação de futebol, o atleta precisa de ter uma autorização de estadia temporária, mas muitos entram e permanecem apenas com o visto de turismo.
O Jornal de Notícias relata o caso de 17 atletas brasileiros e peruanos, entre eles dois menores, aliciados por dois falsos agentes que estão acusado pelo Ministério Público.
As vítimas terão passado fome e dormido no Estádio Municipal da Nazaré. Pagaram as próprias viagens e eram obrigados a jogar futebol a troco de 20 ou 50 euros por jogo, com duas refeições por dia e sem condições para regressar a casa.
