A defesa de Ricardo Salgado diz que a prisão vai acelerar a morte do antigo banqueiro e ex-presidente do BES. Apresentou um recurso sobre a condenação a seis anos de prisão no processo que saiu da Operação Marquês.
Ricardo Salgado foi condenado a 6 anos de prisão por 3 crimes de abuso de confiança num processo separado da Operação Marquês que envolve transferências de mais de 10 milhões de euros, mas a defesa de Ricardo Salgado recorreu e pediu a revogação do acórdão.
Considera a defesa que qualquer prisão efetiva causará ou, pelo menos, acelerará o falecimento do arguido recorrente, referindo o diagnóstico de Doença de Alzheimer que foi atribuído ao ex banqueiro. A defesa critica a decisão do tribunal de primeira instância que diz não ter “gasto” ou “dedicado”
uma única palavra para apreciar a relevância da patologia.
No recurso é também considerada “chocante” a decisão de se aplicar uma pena efetiva. A defesa do ex-banqueiro defende que deve ser absolvido das imputações dos três crimes de abuso de confiança, mas no limite, admite que seja aplicada uma pena muito inferior aos cinco anos e suspensa porque a ameaça de prisão é já punitiva.
O recurso refere ainda que “se não fossem as causas de suspensão e interrupção de prescrição, o prazo de prescrição de 10 anos previsto (…) no Código Penal já teria decorrido para os crimes em causa”.
Nas 792 páginas enviadas para o Tribunal da Relação de Lisboa os advogados de Ricardo Salgado concluem que a dignidade do ex-banqueiro não pode ser beliscada ou abalada por pressões mediáticas.
Já depois deste recurso entrou um outro no tribunal da Relação. O Ministério Público considera que Ricardo Salgado agiu por pura ganância e pede que a pena seja agravada para 10 anos.
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