A ministra da Saúde está a ser ouvida no Parlamento esta sexta-feira, a pedido do Chega. O partido pede explicações a Marta Temido pelo encerramento de urgências de obstetrícia e ginecologia em vários hospitais do país. O líder do Chega não poupou críticas e acusa a ministra da Saúde de “evitar dar a cara” e adianta que uma ministra de “uma democracia digna não foge, não se esconde e não oculta a sua mensagem”.
André Ventura, na sua intervenção, afirma que as soluções que foram apresentadas pelo Governo, nomeadamente o plano de contingência e a comissão de acompanhamento não resolvem os problemas que se têm verificados nos últimos dias e que se não for encontrada uma solução eficaz, a ministra deve colocar o lugar à disposição: “Seja capaz de o fazer ou ponha o lugar à disposição”.
“Neste momento não precisamos de estudos nem de pareceres, precisamos de ação”, defendeu o presidente do Chega.
O líder do Livre, Rui Tavares, reconhece o trabalho do Governo, do Ministério da Saúde e dos profissionais de saúde durante a pandemia. O partido quer saber se há fundos comunitários no âmbito da pandemia que possam ajudar nesta crise do SNS no debate de urgência desta manhã.
Rui Tavares questionou ainda a ministra sobre o programa “regressar saúde”, para ajudar médicos e profissionais de saúde a regressarem a Portugal.
A líder do PAN, Inês Sousa Real, lamenta que apenas existam respostas quando há trágicos incidentes.
O PAN vê com bons olhos que o Governo recorra ao setor privado para resolver os problema que há nas urgências.
“Até quando, senhora ministra, se vai fingir que não se sabe o que é necessário fazer para fixar os nossos médicos no SNS?”, questiona a líder do PAN.
Os encerramentos de urgências de obstetrícia e ginecologia representa o “colapso do SNS”, cujo responsável é António Costa, considera o líder do Iniciativa Liberal.
Cotrim de Figueiredo acusa a ministra da Saúde de estar “deslumbrada com a sua popularidade” e que tal não é sinónimo de “competência”.
Do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, pergunta a Marta Temido “porque deixou acontecer este caos no SNS”, se sabia que o problema era estrutural.
O líder parlamentar do Bloco de Esquerda explica que recorrer ao trabalho dos médicos significa que o “Governo deixou o SNS entregue a privados”, por estar muito dependente destes serviços.
O deputado João Dias, do PCP, lembra que a questão da fragilização do SNS foi “uma das questões centrais que levou o partido a votar contra o Orçamento do Estado”.
Reagindo às soluções apresentadas pelo Governo, o deputado João Dias espera “que não seja para concentrar e encerrar” e entende que é preciso “dar mais capacidade ao SNS e não retirar-lha”.
A ministra da Saúde está preparada para “entregar o SNS na mãos dos privados”, acusa o PCP e considera que este caminho “é muito perigoso”.
O deputado do PS, Jorge Botelho, refere que o executivo não esconde as dificuldades que se verificam no setor da Saúde e reconhece os problemas que existem. O deputado ainda reforça que a “pandemia agudizou as fragilidades do SNS”.
Na sua intervenção agradece, ainda, aos profissionais de saúde, pelo trabalho desenvolvido esta semana.
O deputado Rui Cristina, do PSD, indica que o PS não pode negar as suas “enormes responsabilidades pela grave situação do SNS”.
“O SNS, abandonado à sua sorte, sem uma única reforma estrutural nos últimos sete anos, só tem a atenção do Governo perante denúncias da comunicação social“, considera o deputado do PSD.
Reagindo às propostas apresentadas pelo Governo para fazer face aos problemas da falta de médicos, não passam de uma “encenação”, na ótica do PSD.
Rui Cristina conclui a intervenção com a promessa do PSD se manter vigilante a estes problemas.