A ANA está disponível para construir o novo aeroporto Alcochete. A SIC apurou que a concessionária dos aeroportos para os próximos 50 anos aceita abandonar a opção Montijo e construir um grande aeroporto no Campo de Tiro, desde que a concessão seja alargada por mais 25 anos.
Em comunicado enviado à SIC, esclarece, no entanto, que “tal eventualidade não foi objeto de negociação, seja formal ou informal”.
“A ANA aguarda a decisão do Governo sobre essa matéria e reitera a sua disponibilidade para acordar com o Estado Português as condições de concretização da mesma”, lê-se.
Foi a disponibilidade da ANA para abandonar o Montijo e trocar a base aérea no Samouco pelo campo de tiro de Alcochete, que levou Pedro Nuno Santos a avançar para o decreto que provocou uma crise política e recolocou os terrenos do campo de tiro na freguesia da Canha outra vez na rota do futuro aeroporto.
A SIC apurou que não chegaram a existir negociações formais, mas que a ANA sinalizou a disponibilidade para um aeroporto com capacidade praticamente ilimitada ao lado dos emissores de onda curta da RTP no bairro de São Gabriel entre a Canha e Santo Estevão, com as pistas de aterragem a começarem a sul junto à localidade de Foros do Trapo.
O chamado aeroporto de Alcochete que, na verdade, se reparte pelos concelhos do Montijo e Benavente tem uma área prevista de cerca de 16 hectares.
Fontes ligadas às duas partes confirmaram à SIC que a empresa concessionária dos aeroportos não aceita gastar nem mais um cêntimo que os 1.100 milhões de euros que tem reservados para expandir a Portela.
Mas avançará sem hesitações para um grande aeroporto no campo de tiro de Alcochete, se o Estado assumir os custos da construção ou em alternativa.
Aceita ainda outra hipótese: aumento das taxas aeroportuárias. Mas essa é a única que pode comprometer Alcochete.