O presidente do Chega, André Ventura, deixa críticas à nova liderança do PSD pela abstenção do partido na votação de censura ao Governo apresentada pelo Chega. Acusa Luís Montenegro de ter medo do Governo e aproxima-o à liderança de Rui Rio.
Em entrevista na Edição da Noite da SIC Notícias, acusa os sociais-democratas de não serem coerentes com o que disseram no Congresso do fim de semana.
“Ouvi Luís Montenegro dizer que teria uma atitude completamente diferente. Pedir a demissão de Pedro Nuno Santos, que é um dos fundamentos da moção de censura do Chega (…), o empobrecimento permanente. Falou-se da desorientação do Governo. O que é que tiramos daí? Que Luís Montenegro e o PSD estão agora conscientes de que é preciso dar um sinal de censura ao Governo”, diz, justificando porque é que não esperava a abstenção do tardio.
“O que fica no ar é: qual é a diferença do PSD de Rui Rio para o PSD de Luís Montenegro?”, acrescenta.
O líder do Chega diz não compreender as razões do PSD e da Iniciativa Liberal, “que falam tanto em oposição”, em ficarem “ao lado do Governo” no momento de votar.
Questionado sobre o momento em que o Chega apresentou a moção, André Ventura afasta oportunismo e manobras políticas.
“Estar à espera de momentos políticos mais importantes ou mais úteis é que é oportunismo”, refere.
André Ventura diz ainda que, se fosse o PSD a apresentar a moção de censura, o PSD votaria a favor.
Moção de censura debatida na quarta-feira
A moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega vai ser debatida no Parlamento esta quarta-feira.
Na sexta-feira, o líder do Chega, André Ventura, anunciou a apresentação de uma moção de censura ao Governo, uma iniciativa que está à partida chumbada dado que o PS dispõe da maioria absoluta dos deputados na Assembleia da República.
De acordo com o Regimento da Assembleia da República, o debate da moção de censura inicia-se “no terceiro dia parlamentar subsequente à apresentação da moção de censura”.