A Pluris vai ficar com a maior fatia dos apoios dos fundos de capitalização do Banco Português de Fomento para empresas afetadas pela pandemia. A empresa que vai receber o dinheiro é a mesma que, há três anos, reuniu políticos e outros altos cargos numa festa de inauguração.
Os 40 milhões de euros que a empresa de Mário Ferreira vai receber, serão usados para apoiar o aumento de capital da Mystic Cruises. A empresa detém a operação de barcos e também 35% da TVI.
A candidatura aprovada, segundo o Banco do Fomento, que gere os fundos, “visa exclusivamente o apoio à atividade turística” do grupo económico.
O investimento vai ser feito em obrigações convertíveis em ações, ou seja, o Estado pode tornar-se dono da empresa se o empréstimo não for pago no prazo previsto.
As outras empresas que vão receber este apoio são também da área do turismo industrial, do setor agrícola alimentar e da engenharia.
No entanto, a candidatura da Pluris Investments foi a única que ultrapassou o limite preferencial de 10 milhões de euros que estavam definidos nas regras. O Banco do Fomento justifica dizendo que esta é uma operação considerada estratégica.
Algumas dúvidas se levantam, uma vez que o negócio dos cruzeiros onde vai ser aplicado o dinheiro pertence à Mystic Invest Holding, a empresa de Mário Ferreira onde Diogo Lacerda Machado é administrador.
Diogo Lacerda Machado é um empresário, amigo e homem de confiança do primeiro-ministro que foi escolhido por António Costa para negociar dossiês difíceis, como por exemplo, ajudou a reverter a privatização da TAP.