O Governo português condenou o ataque contra o ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, que morreu esta sexta-feira após ter sido baleado enquanto discursava num comício, afirmando que "não há lugar para a violência na política".
"Não há lugar para a violência na política. Portugal condena o ataque contra o antigo primeiro-ministro Shinzo Abe e reiteramos a nossa solidariedade a todos os amigos japoneses", referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, numa nota publicada na rede social Twitter.
Na mesma mensagem, o chefe da diplomacia portuguesa acrescentou que Portugal envia em especial "uma mensagem de apoio à família de Shinzo Abe neste momento muito difícil".
Num comunicado divulgado posteriormente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em nome do Governo português, reitera que condena "veementemente o ato de violência extremo" e recorda a figura do ex-primeiro-ministro nipónico.
"Shinzo Abe será lembrado pela sua capacidade de estabelecer diálogo, em prol dos princípios democráticos e do povo japonês. Enquanto primeiro-ministro, Shinzo Abe realizou uma visita oficial a Portugal, em 2014, tendo sido a primeira vez que um chefe de Governo do Japão se deslocou a território nacional", refere a nota oficial do ministério.
"Neste momento de luto e consternação, o Governo português manifesta ao Japão e ao povo japonês a sua profunda amizade e solidariedade", acrescenta o comunicado, que também endereça "as mais sinceras condolências" à família do antigo primeiro-ministro e ao executivo japonês.
Shinzo Abe morreu esta sexta-feira depois de ter sido atingido a tiro pelas costas enquanto discursava num comício eleitoral em Nara, uma cidade no oeste do Japão, antes das eleições parlamentares de domingo.
O Partido Liberal Democrático (LDP), a que pertencia, anunciou a sua morte após os serviços de saúde terem informado que Abe tinha sido levado para um hospital em paragem cardiorrespiratória, segundo a agência espanhola EFE.
O alegado autor dos disparos foi detido no local segurando uma arma, com a qual terá disparado dois tiros contra Abe. Trata-se de um antigo membro da componente naval da Força de Autodefesa do Japão, atualmente desempregado.