Coube ao ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, fazer o discurso de encerramento do debate sobre o Estado da Nação, demarcando-se da direita política e acentuando que o Executivo atua sem procurar alimentar divisões.
"É um Governo que não alimenta divisões. Aliás, já passou o tempo em que se punham uns contra os outros, novos contra velhos, funcionários do setor privado contra funcionários públicos, tratando grupos de trabalhadores inteiros como bode expiatório", declarou Pedro Adão e Silva no encerramento do debate sobre o estado da nação na Assembleia da República.
"Não confundimos o mandato que temos para governar com um Governo enclausurado na sua própria maioria. É nossa missão unir e mobilizar as energias do país", sustentou Pedro Adão e Silva, salientando que perante o atual período histórico "cheio de adversidades", o Governo tem como missões, simultaneamente, "modernizar o país e proteger as pessoas".
"Não disfarçamos as dificuldades, mas também não as tememos. Já foi assim quando ninguém acreditava que fosse possível ter as contas certas, gerir os riscos do sistema financeiro e pôr o emprego a crescer. Já foi assim na pandemia, com determinação e serenidade. E foi assim também nestes últimos dias, face a uma vaga de incêndios de contornos preocupantes", exemplificou.
Este é um Governo "com energia reformista -- mas a medida de uma boa reforma não é o descontentamento social. Pelo contrário, uma boa reforma é aquela que resiste ao tempo e que não é revogada à primeira oportunidade. Para os problemas do país, é preciso ter respostas construídas passo a passo, com o empenhamento de todos. Essa é a nossa ideia de reformismo. Para problemas estruturais, soluções graduais e ação concreta", frisou.
O ministro da Cultura advertiu também que o compromisso do Executivo não é apenas com o tempo curto, já que o "horizonte de ação é 2026".
Perante os protestos da bancada do Chega, Pedro Adão e Silva disparou: "Eu sei que os senhores vivem desconfortáveis por a democracia ter 50 anos, é da vida".
"Temos hoje um Portugal muito mais moderno, com mais inclusão social, com gerações mais novas muito mais qualificadas, um país muito mais inserido no contexto europeu e internacional. Já percorremos um longo caminho", mas, admitiu, #"Portugal ainda precisa de convergir com os países mais avançados da Europa, de ser mais competitivo e mais inovador".
Como desafios, apontou também a dignificação o trabalho, a valorização das qualificações, uma melhor proteção dos mais idosos e maior coesão territorial.
"Da nossa parte, temos a energia necessária para fazer face às dificuldades e a vontade essencial para conduzir as mudanças de que o país precisa. Mas a maioria de diálogo conta com todos", concluiu.