Era a última reunião de Câmara antes das férias de verão. Decorridas que estavam sete horas de debate, o autarca Carlos Moedas informou que se ia embora: "Infelizmente vou ter que me ausentar" disse.
Acontece que o fez antes de ouvir a proposta do PCP sobre o futuro do Aeroporto Humberto Delgado e o vereador João Ferreira não gostou. O comunista considerou que o autarca social-democrata nunca quis ouvir a apreciação da proposta porque nunca a quis agendar como estava obrigado regimentalmente.
"É precisamente antes da discussão desta proposta que o presidente opta por se ausentar, se isto é sinal da importância que atribui a esta questão decisiva e estratégica, estamos conversados. Se é intenção de fugir a uma discussão incómoda, podia ter encontrado uma forma mais airosa de o fazer", afirmou João Ferreira, que acusou ainda Carlos Moedas de desrespeitar os direitos da oposição.
Coube à vereadora do PSD, presidente em exercício, explicar a ausência de Carlos Moedas. Filipa Roseta recusou, porém, qualquer falta de respeito para com os vereadores da oposição.
Apesar de Filipa Roseta ter manifestado a disponibilidade, "se todos concordarem", para a proposta ser discutida, João Ferreira não aceitou fazê-lo e pediu a realização, ainda antes das férias, de uma reunião extraordinária com a presença do presidente da Câmara.
Já esta quinta feira, Carlos Moedas explicou a razão que o levou a sair da reunião: "Depois de sete horas tive que realmente por um ponto pessoal de família tive que sair da reunião naquela altura".
Garantindo que a saída "não tem nada a ver com não querer discutir aquilo que é o aeroporto para Lisboa", Moedas afirmou, porém, que "essa decisão [a do novo aeroporto] é do Governo".
O PCP defende um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete por ser a única solução que permite tirar os aviões da capital. A transferência da operação seria progressiva à medida que o novo aeroporto fosse aumentando a capacidade.