País

Carta aberta de D. Manuel Clemente sobre casos de abuso sexual está a causar polémica

As principais críticas prendem-se com as razões dadas pelo Patriarca para o encobrimento do caso.

Loading...

A carta aberta do Cardeal Patriarca de Lisboa, onde apresenta explicações sobre o escândalo dos abusos sexuais na Igreja que envolve D. Manuel Clemente, pelo silêncio mantido sobre o caso, está a causar polémica. São muitas as questões que continuam por estão por esclarecer e as razões apontadas pelo Patriarca para o encobrimento do caso estão a ser muito criticadas. No entanto, o Patriarca continua a não aceitar falar de viva voz.

As explicações dadas pelo Patriarca de Lisboa numa carta aberta estão longe de terem conseguido acalmar os ânimos. D Manuel Clemente começa por dizer que o alegado crime foi cometido nos ano 90 e que o antecessor no cargo, D. José Policarpo, tratou o caso tendo em conta as recomendações canónicas e civis da época.

Na prática, o sacerdote foi afastado da paróquia onde estava e passou a servir numa capelania hospitalar. Uma vez que as regras da igreja não se sobrepõem à lei penal, a justificação está a gerar polemica.

Na mesma carta aberta, D Manuel Clemente garante que depois das recentes medidas definidas pelo Papa Francisco, que obrigam à denúncia de todos os casos de abusos sexuais, passou a impor “Tolerância Zero” para estas situações.

Explica ainda que o padre foi mantido funções porque foi acompanhado e nunca mais houve qualquer denúncia sobre o comportamento. O patriarca justifica ainda não ter comunicado às autoridades o alegado crime, entretanto já prescrito, para respeitar a desejo da vítima de não divulgar o caso.

Com o comunicado de D. Manuel Clemente, serão mais as perguntas que se levanta do que as respostas que ficam. Porém, o Patriarca continua a recusar ser entrevistado.