Começa esta terça-feira o julgamento do jovem acusado de ter planeado um ataque na Universidade de Lisboa com o objectivo de matar o maior número de estudantes.
Acusado de dois crimes de terrorismo, confessou perante o Ministério Público que tinha intenção de matar, mas em tribunal o advogado vai defender que o estudante de 18 anos nunca teria sido capaz de o fazer.
O plano de ataque de João
Em fevereiro deste ano, um dos estudantes da Universidade de Lisboa foi detido pela PJ por planear a morte de dezenas de outros alunos da Faculdade de Engenharia.
No quarto que João tinha alugado nos Olivais foram encontradas várias facas, material explosivo, uma besta com dezenas de flechas e o plano para o ataque.
- 11:00 Preparar a última refeição
- 11:40 Sair do apartamento
- 12:00 Ir para o autocarro 750 ou 731
- 12:30 Ir para a casa de banho no bloco 3 e preparar-te
- 13:20 Começar o ataque
- 13:25 Fim
João estaria disponível para morrer, suicidando-se ou sabendo que poderia ser abatido pela polícia, que pelas próprias estimativas demoraria 5 minutos a chegar ao auditório onde planeou lançar gás e explosivos.
"Parte de mim queria morrer. Mas queria matar algumas pessoas antes", confessou.
Ouvido pelo Ministério Público, confessou as intenções de morrer e matar entre 3 a 10 outros estudantes com tiros de besta.
A estratégia do advogado de João
O advogado que o defende em tribunal alega que João nunca passaria da intenção à prática. A defesa entende ainda que nunca esteve em causa um crime de terrorismo e pede ao juiz que excecionalmente permita que o julgamento decorra à porta fechada.
O advogado alega que o arguido é demasiado jovem, que serão discutidas questões de saúde e que o mediatismo do caso levará a uma exposição excessiva da vida privada que vai comprometer a reabilitação do arguido.
Os relatórios médicos são unânimes: João sofre de autismo, mas a acusação entende que a doença psiquiátrica não lhe retirou a capacidade de distinguir o bem do mal.
Como a PJ apanhou João
João foi detido depois de ter exposto na internet que desejava matar estudantes na Universidade de Lisboa. Um internauta avisou o FBI, que alertou a PJ.
A PJ acredita que a rápida atuação dos inspetores terá salvo dezenas de jovens de um massacre planeado para o dia seguinte.
Ao tribunal cabe agora decidir se há ou não razões para acreditar que João seria capaz de matar.