País

"Quando se abre o caixão é outra pessoa": troca de cadáveres no hospital de Faro não foi caso único

A troca foi identificada pela família e amigos durante o velório.

Loading...

O hospital de Faro trocou a identificação de dois corpos na morgue. Mas este caso não é único: há três anos, em pleno velório, a família de uma mulher foi confrontada com o corpo errado quando se abriu o caixão. Na altura, optaram por não avançar para tribunal, mas contam agora à SIC o que se passou – para que não se volte a repetir.

Conceição de Freitas morreu em outubro de 2019. No dia do velório, a família e os amigos começaram a chegar á igreja, à hora marcada, para o último adeus. Mas, quando se abre o caixão, não era a Conceição que lá estava.

“Quando se abre o caixão é outra pessoa. Com a roupa da minha mãe, que tinha sido entregue à funerária. Toda uma situação que nem consigo descrever”, lembra Ricardo Freitas, filho da falecida.

Ricardo diz que os problemas começaram logo no dia do óbito. Sábado à tarde, a família chegou ao hospital de Faro e deparou-se com a morgue fechada. A funcionaria, que já estava em casa, terá sido chamada, mas não gostou do incomodo.

O corpo foi reconhecido, mas, dois dias depois, não foi a mãe que Ricardo encontrou no caixão. Com a igreja a poucos metros do hospital, a funerária rapidamente conseguiu corrigir o engano. Mas, na altura, ninguém soube explicar o que aconteceu.

Um mês depois a família formalizou o pedido de explicações ao hospital. Ponderada a hipótese de avançar para tribunal, a família optou por não o fazer, como forma de não retardar o luto.

Três anos depois, confrontada com nova situação no mesmo hospital, decidiu tornar o caso publico. Dizem ser intolerável que mais pessoas possam vir a passar pelo mesmo e reclamam mudanças sérias na fiscalização dos procedimentos da morgue do hospital de Faro.