Há 30 anos que se realizam transplantes de fígado em Portugal. O segundo foi o de Maria Mota, em 1992. A cirurgia durou 10 horas. Três décadas depois, a memória de Maria já conheceu melhores dias, mas falou com a SIC sobre o transplante.
Esteve para ser a primeira a receber um fígado novo, mas uma febre inesperada fez com que o órgão fosse para outro. Acabou por ser a segunda transplantada do país. Uma operação que demorou cerca de 10 horas, o dobro do que demora hoje em dia.
Hugo Pinto Marques estava no início da carreira médica quando Maria Mota foi transplantada, a 19 de outubro de 1992. No dia seguinte, a SIC esteve no Curry Cabral e entrevistou o cirurgião responsável pela cirurgia.
Hugo dirige agora o Centro Hepato-Bilio-Pancreático do Curry Cabral, onde desde 1992 se fizeram 4.150 transplantes: renais, hepáticos e pancreáticos.
Carlos Oliveira foi o penúltimo doente a receber um fígado novo, há cerca de mês e meio.
Há 30 anos, o transplante hepático fazia-se apenas a doentes com cirrose ou doença dos pezinhos. Hoje, o leque de doenças alargou-se e abrange também doentes oncológicos com cancro primário ou metástases do fígado.
É o caso de Carlos Carvalho, que aos 55 anos soube que o cancro do intestino, que tinha conseguido controlar, estava a alastrar-se ao fígado.
O Centro Hepato-Bilio-Pancreático do Curry Cabral é um dos maiores do país. Entre transplantes e outros tipo de cirurgias, faz entre 700 a 800 operações por ano e é centro de referência nacional para o cancro do fígado, do pâncreas e das vias biliares. E é também um dos maiores da Europa.