Já viu um vídeo de apelo da “Família Batazu”? Precisavam de 350 mil euros para pagar um tratamento inovador do filho de 11 anos, que sofre de uma forma rara e agressiva de leucemia. O vídeo que partilharam a contar a história da criança tornou-se viral e, em apenas quatro dias, a família conseguiu angariar o valor total.
“Hoje de manhã acordámos e fomos ver a conta bancária e está lá tudo. Temos tudo o que precisamos para conseguirmos fazer o tratamento do nosso filho”, disse Tomás Lamas, o patriarca da “Família Batazu” – nome que começou a ser usado pelo filho mais novo, Francisco (3 anos), e que passou a denominar toda a família – num vídeo partilhado esta segunda-feira. Margarida Lamas, mãe do Tomás, agradeceu o “trabalho de equipa” e as “milhares de mensagens” de apoio que a família recebeu nas redes sociais.
A luta de Tomás começou há um ano e meio, quando lhe foi diagnosticada leucemia mieloide aguda muito agressiva – uma forma rara de leucemia. Depois de ter sido submetida a dois tratamentos de quimioterapia, a criança precisa de um transplante de medula para vencer a doença.
Toda a família – incluindo os pais, e três irmãos – fizeram testes de compatibilidade e os resultados trouxeram nova esperança: a irmã Mariana, de 9 anos, é “100% compatível” com Tomás, contam no vídeo partilhado nas redes sociais. Marcaram a data para realizar o transplante, mas os procedimentos acabaram por ser cancelados porque a leucemia voltou. O transplante só pode ocorrer quando a doença estiver em remissão.
Tomás Lamas é médico intensivista no hospital Egas Moniz e na CUF Tejo e, perante a impossibilidade de realizar o transplante, procurou por todo o mundo uma solução para o filho. Encontrou-a em Tel-Aviv, Israel: o Sheba Hospital é o único estabelecimento de saúde a realizar tratamento com células Car-T em crianças.
Em agosto, a família rumou a Israel para realizar o tratamento com células Car-T. O pedido foi remetido à Direção-Geral de Saúde (DGS) que aprovou a realização do tratamento em Israel e, posteriormente, o transplante em Portugal. Os resultados foram positivos: a doença do jovem Tomás ficou em remissão. No entanto, antes de conseguirem realizar o transplante, a leucemia voltou e o transplante acabou por não acontecer.
A “Família Batazu” precisa de voltar a Israel e realizar novamente o tratamento para dar hipótese à criança de superar a doença. Desta vez, o transplante será também realizado em Tel-Aviv para evitar que a doença regresse. Mas, ao contrário do que aconteceu em agosto, o tratamento não terá comparticipação e tem de ser pago inteiramente pela família. Em apenas quatro dias, foram angariados os 350 mil euros necessários para que Tomás possa receber o tratamento.