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Megaoperação na Europa: luso-francês suspeito de pertencer a rede criminosa

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Max Cardoso e a mulher Ana Lúcia Matos foram detidos e ouvidos em tribunal.

Estão a decorrer os interrogatórios aos 14 detidos de uma grande operação de combate à fraude fiscal na Europa. As autoridades responsáveis pela investigação suspeitam que existe uma rede criminosa com quase 9.000 empresas, em 17 países. Em Portugal, um dos principais suspeitos é um luso-francês, marido de uma apresentadora de televisão.

Sempre que publicava uma fotografia nas redes sociais, Ana Lúcia Matos tinha a preocupação de não mostrar o rosto do companheiro. Justificava que Max Cardoso, com quem vive há cerca de cinco anos, era empresário e colecionador de arte, não uma figura pública. O que procurava esconder é que o luso-francês tinha sido apanhado no escândalo de corrupção Panamá Papers, que há 6 anos revelou mais de 200 mil offshores alegadamente usadas para encobrir também património e dinheiro de 240 cidadãos portugueses ou com residência em Portugal.

Max Cardoso, de 44 anos, mais conhecido por Max William, seria o responsável, entre 2008 e 2014, pela Trade Award LTD, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas. Segundo o Jornal de Notícias, foi condenado pela justiça francesa a prisão efetiva no âmbito de um processo idêntico de fraude fiscal.

Na conta pessoal do Instagram, a apresentadora de televisão não escondia a vida de luxo que tinha, entre Paris e o Dubai. Ana Lúcia Matos já foi presente a primeiro interrogatório judicial, após ter sido detida esta terça-feira, com mais 13 suspeitos, no âmbito de uma das maiores operações de combate à fraude fiscal na Europa de que há memória.

Ao marido da apresentadora, um dos principais arguidos do processo, terá sido ainda identificada uma outra offshore suspeita, com sede no Chipre, dissolvida em setembro do ano passado. Em tribunal, Max Cardoso remeteu-se ao silêncio.

As buscas decorreram em simultâneo em 17 países europeus. Suspeita-se que quase 9.000 empresas estivessem envolvidas no esquema de fuga ao fisco. Só em Portugal, o Estado terá sido lesado em cerca de 300 milhões de euros.

A investigação, a cargo da Procuradoria Europeia, suspeita de um prejuízo global nos 17 países superior a 2.000 milhões de euros, através de um esquema de empresas em cascata, feito para esconder transações e ficar com o IVA de produtos informáticos vendidos na internet.

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