Um grupo de cinco rapazes e duas raparigas, finalistas do curso de Medicina da Universidade de Coimbra, ficaram retidos no Peru durante as férias. Tiveram conhecimento dos tumultos no país assim que lá chegaram, mas ainda conseguiram aproveitar os primeiros dias enquanto turistas.
Foi durante uma viagem de autocarro que tudo mudou. Um bloqueio na estrada criado pelos manifestantes impediu que seguissem caminho e obrigou-os a ficar 50 horas no local. Confrontados com um impasse, decidiram deslocar-se até Arequipa, a vila mais próxima e a cerca de 1.200 quilómetros de Lima, a capital peruana. Instalaram-se num hotel juntamente com outros jovens turistas europeus, onde acabaram por encontrar três raparigas portuguesas, também elas estudantes de medicina em Lisboa e que estavam na mesma situação.
O grupo falou com a embaixada portuguesa em Lima, com quem mantêm contacto desde o início deste processo, mas o único conselho que tiveram foi para se manterem em segurança. Os pais dizem que mais que preocupados estão revoltados com as instituições do governo, que acusam de inatividade perante cidadãos em perigo no estrangeiro. A viagem de regresso do grupo de sete jovens estava marcada para esta quarta-feira.
O presidente do Peru, Pedro Castillo, foi acusado de promover um "golpe de Estado" e acabou por ser detido e destituído do cargo. O país mergulhou numa onda de revolta, que já vitimou pelo menos oito pessoas.
Os protestos estão cada vez mais intensos, além de várias estradas cortadas e lojas incendiadas, cerca de 2 mil manifestantes tomaram e bloquearam o aeroporto de Arequipa, onde o grupo de jovens ia apanhar um voo que os levaria à capital do país e de seguida a Portugal.
Face a esta situação, não têm nenhuma previsão de quando vão conseguir regressar a casa.